PARTIDOS E O REGIME AUTORITÁRIO MILITAR: uma análise da ARENA e do MDB no Piauí, 1964 a 1979
Regime militar. Partidos políticos. ARENA. MDB.
Esta dissertação tem como objetivo analisar os partidos políticos no Piauí, de forma mais específica, os partidos e suas experiências políticas dentro do contexto do regime militar autoritário que foi implantado no país após o golpe militar de 1964. Embora muito já se tenha dito sobre o regime militar, pouco se conhece sobre os partidos políticos que atuaram nesse período e menos ainda são os trabalhos sobre esse tema em nível local, ou seja, no contexto piauiense. Assim sendo, esse estudo busca elucidar a sistemática de atuação dos dois partidos que compuseram a maioria das eleições durante o regime militar: Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e Movimento Democrático Brasileiro (MDB). A análise não tende a resumi-los apenas como partido de situação e de oposição, respectivamente, mas parte dessa ideia para abranger uma perspectiva mais ampla, onde eles se encontram como atores de um sistema de partidos dentro de um regime autoritário, experiência pouco vislumbrada em momentos de supressão de garantias democráticas, como o que foi vivido no pós-64. Assim, tentou-se compreender como esses partidos interagiram nessa nova cena partidária colocada pelos militares e qual o peso da representação que cada um teve. A ARENA apresentou no Piauí um desempenho eleitoral que suplantou o desenvolvimento do partido em nível nacional; o MDB, por sua vez, apresentou índices eleitorais muito baixos, que não corresponderam ao desenvolvimento da sigla nacionalmente. Esses fatos foram bem explicitados no decorrer do trabalho e junto a eles, somou-se a análise de outros documentos, além de dados eleitorais, como fontes hemerográficas e orais, com o intuito de entender como se deu essa supremacia eleitoral da ARENA frente ao MDB no Estado e quais eram os discursos e as bandeiras de luta defendida por cada partido.