Os estudos sobre geografia do voto se configuram como alternativa viável para investigar as formas de conexão entre o político e seu eleitorado. A pergunta de pesquisa desta proposta de trabalho pretende averiguar qual o padrão de competição política dos deputados estaduais eleitos no Piauí nos cinco pleitos compreendidos entre 1998 e 2014. A hipótese central que se busca confirmar tem sustentação nas pesquisas empíricas mais recentes, sobretudo em Carvalho (2003), quando o padrão disperso-dominante é mais recorrente em estados de menor magnitude demográfica. Para tanto, lança mão da taxonomia descritiva proposta por Ames (2003) como ferramenta analítica do desempenho eleitoral do candidato. No entanto, ao mensurar a concentração/dispersão dos votos, a pesquisa se filia aos trabalhos mais recentes que utilizaram o índice (N) de Laakso-Taagepera tomando como base de dados a votação nominal do candidato por município. O cálculo da dominância segue a formalização proposta por Carvalho (2003), a partir da mesma base de dados. A conjugação das dimensões concentração-dominância permite testar hipóteses secundárias sobre a influência da posição partidária no espectro ideológico acerca do padrão de votação do candidato filiado ao partido, assim como o histórico de sua carreira parlamentar. Neste sentido, candidatos de partido catch-all teriam tendência para votações do tipo disperso-dominante e candidatos de partido de esquerda tendência para votações do tipo concentrada-compartilhada. Por outro lado, políticos com acesso prévio a cargos no executivo municipal responderiam à lógica dos redutos particulares, enquanto políticos com acesso a cargos na administração pública dispersariam seu apoio nas urnas.