A tuberculose, atualmente, encontra-se como maior causa de morbimortalidade entre a as doenças infectocontagiosas no mundo. No Brasil, ainda é considerada um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. Com a finalidade de impulsionar as ações necessárias ao enfrentamento da tuberculose no Brasil foi implementado o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, que prioriza a descentralização das ações de controle da doença, com participação efetiva da atenção primária nas práticas de diagnóstico, tratamento, acompanhamento e monitoramento dos casos, vacinação e outras ações destinadas à promoção de saúde. Este estudo teve o objetivo de analisar as ações de controle da tuberculose desenvolvidas pela atenção básica na cidade de Teresina –PI. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de caráter transversal e descritivo com uma abordagem quantitativa que foi executada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Teresina- PI no período de setembro de 2016 à maio de 2017. A amostra foi composta por pacientes com tuberculose já diagnosticados e em tratamento nas UBSs, pelos profissionais de saúde que atuam nas UBSs e pelos seus coordenadores. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o PCA Tool – Primary Care Assessment Tool, adaptado e validado para a atenção à tuberculose. Participaram do estudo cento e dois (102) indivíduos: sendo trinta (30) pacientes portadores de tuberculose, quarenta e seis (46) profissionais de saúde (14 médicos e enfermeiros) e vinte e seis (26) coordenadores de UBSs. Segundo a percepção dos pacientes os atributos da atenção primária com pior classificação foram porta de entrada (escore médio 3,58 e DP ±2,31) e orientação para a comunidade (escore médio 1,93 e DP ±2,03), que indicam baixa orientação para o desempenho das ações da atenção básica para controle da tuberculose. O atributo que melhor foi avaliado, segundo os pacientes, foi adesão/vínculo (escore médio 8,03 e DP ±1,45). Na opinião dos profissionais de saúde entrevistados os atributos com pior classificação também foram porta de entrada (escore médio de 2,96 e DP ±1,98) e orientação para a comunidade (escore médio de 5,55 e DP ±2,20), sugerindo fragilidade destes atributos da atenção básica. Destacamos que os atributos vínculo (escore médio 8,03 e DP ±1,03), coordenação (escore médio 8,93 e DP ±0,89), enfoque na família (escore médio 8,91 e DP ±1,13) e formação profissional (escore médio 8,09 e DP ±1,73) foram os melhores avaliados. Em relação aos gestores, considera-se que os atributos com pior classificação foram porta de entrada (escore médio de 2,10 e DP ±1,79), orientação para a comunidade (escore médio de 6,26 e DP ±2,71) e formação profissional (escore médio 6,15 e DP ±2,11), e o atributo coordenação (escore médio 8,93 e DP ±0,89),) foi o melhor avaliado pelos coordenadores das UBSs, indicando alta orientação deste serviço da atenção básica para o controle da tuberculose. Assim, conclui-se que, na percepção de pacientes, profissionais de saúde e coordenadores de UBSs entrevistados, as ações de controle da tuberculose realizadas pela atenção básica na cidade de Teresina ainda apresentam um desempenho mediano, expondo fragilidades nos atributos porta de entrada e orientação para comunidade.