O aleitamento materno é o melhor e mais completo alimento para os bebês, pois promove vínculo, afeto e nutrição, concedendo inúmeros benefícios para o binômio mãe e filho. Todavia, os indicadores mostram que as taxas de aleitamento materno no Brasil, em particular, as de amamentação exclusiva, encontram-se inferiores ao recomendado para um pleno crescimento e desenvolvimento das crianças. Dessa forma, é necessária a elaboração de tecnologias educativas com o propósito de elevar a autoeficácia materna para amamentar. Objetivou-se então, construir e validar uma cartilha educativa para promoção daquela tecnologia. Trata-se de uma pesquisa metodológica, com enfoque no desenvolvimento, avaliação e aperfeiçoamento de uma tecnologia educativa, realizada de agosto de 2017 a dezembro de 2018. A elaboração da cartilha educativa pautou-se na Breastfeeding Self-Efficacy Scale - short from e em referências atualizadas sobre aleitamento materno, seguindo os pressupostos da Teoria da Autoeficácia. Em seguida, foi realizada a validação do material construído. Assim, 25 especialistas avaliaram conteúdo, linguagem e aparência da tecnologia, sendo 22 juízes de conteúdo (11 docentes e 11 com experiência assistencial) e 3 juízes da área de design. Todos os juízes responderam a um instrumento de caracterização profissional e ao Suitability Assemment of Materials (SAM). Os juízes de conteúdo responderam ainda a um instrumento para avaliar a clareza de linguagem, pertinência prática e relevância teórica da cartilha. Após o levantamento de todas as sugestões feitas pelos juízes, foi realizada a adequação da mesma. Na sequência, 33 gestantes avaliaram a tecnologia educativa quanto à organização, estilo de escrita, aparência e motivação. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, obtendo parecer nº 2.429.527. A cartilha educativa intitulada “Eu sou capaz de amamentar meu filho” visa à promoção da autoeficácia materna para o aleitamento materno e foi elaborada para ser utilizada com gestantes em acompanhamento pré-natal. Quanto à caracterização dos juízes, 36,4% dos juízes de conteúdo eram enfermeiros, 27,3% nutricionistas e 36,4% pediatras, 50% destes têm mestrado como maior titulação. Em relação à formação dos juízes de design, 66,7% são mestres. Na análise dos juízes de conteúdo, a cartilha atingiu índice de validade de conteúdo de 0,9, com confiabilidade (alpha de cronbach = 0,980) e concordância das respostas (Coeficiente de Correlação Intraclasse = 0,980) altas e adequação a partir da utilização do SAM foi “superior” (77%). Na análise dos juízes de design a partir do SAM, classificou-se a tecnologia educativa como “superior” com média de 90,1%. Participaram do estudo gestantes com faixa etária que variou de 18 a 42 anos, 42,4% destas estão na segunda gestação e 39,4% não têm nenhum filho. Na análise do público-alvo, o nível de concordância das respostas positivas quanto à organização, estilo de escrita, aparência e motivação da cartilha foi de 100%. Foi realizado ainda o Teste de Legibilidade de Flesch, que avaliou a cartilha como muito fácil de compreender. Conclui-se que a cartilha educativa foi considerada válida e confiável para ser utilizada por gestantes com o intuito de promover a autoeficácia materna para o aleitamento materno.