Dinâmica de células T reguladoras no contexto da tuberculose pulmonar
Tuberculose, Células T reguladoras, FOXP3 e PTK7.
A tuberculose (TB) permanece como uma das doenças infecciosas mais importantes em termos de morbidade e mortalidade em todo o mundo. A resposta imune contra a tuberculose (TB) realiza um papel fundamental no resultado da infecção pelo Mycobacterium tuberculosis(MTB). Na maioria dos indivíduos, a infecção com MTB, o principal agente etiológico da tuberculose, provoca uma resposta imune específica que resolve a infecção. Em alguns pacientes, no entanto, a eliminação das bactérias não ocorre, e tal persistência parece estar associada a uma imunidade Th1 ineficiente. A identificação de subconjuntos de células T CD4+ reguladoras (Treg) com função imunossupressora, juntamente com a demonstração de que elas podem suprimir a resposta Th1 efetora contra patógenos infecciosos expandiu o nosso entendimento dos mecanismos de regulação das respostas de células T durante processos infecciosos (Mcguirk & Mills 2002). Há relatos na literatura de vários tipos de Treg, alguns dos quais são induzidos em resposta a desafio infeccioso e alguns que são naturalmente reguladores (Belkaid & Rouse 2005). Nesse trabalho Investigamos a cinética das células T reguladoras na imunopatogênese da tuberculose pulmonar. A estratégia experimental adotada no presente trabalho consistiu na comparação dos níveis de células T reguladoras presentes na circulação de indivíduos portadores de tuberculose pulmonar e de indivíduos saudáveis. O sangue periférico coletado foi utilizado para obtermos os Linfócitos T de interesse para o estudo utilizando o protocolo segundo a literatura, foram feitas etapas de separação com Ficoll-Hypaque e logo após sua purificação utilizando o método de separação magnética negativa. Então seguimos para a utilização dos marcadores anti-CD25 com FITC; anti-FoxP3 com PE; anti-PTK7 com PE e anti-CD4 com PerCP. A análise das células é feita com a contagem no citômetro de fluxo (BD,FACSCanto II). A análise das células T por citometria revelou que, quando comparados com indivíduos saudáveis da mesma idade, pacientes com TB pulmonar no início da doença apresentam números aumentados da população de células T CD4+CD25highFOXP3+. Porém o número relativo dessas células vai diminuindo gradativamente ao longo do tratamento covencional atingindo valores semelhantes aos dos controles ao término da terapia. Estas células não têm o marcador de emigração tímica recente PTK7 na sua membrana celular, o que sugere que elas são expandidas na periferia. Quando comparados aos controles, pacientes a presentaram diferenças significativas quanto aos níveis das citocinas reguladoras (IL-4 e IL-10) e das citocinas inflamatórias (IL-6 e IL-17). No entanto, não mostraram diferenças quanto aos níveis das citocinas inflamatórias IL-2 e IFN-γ. Tomados juntos nossos resultados sugerem que os números aumentados de Treg nas fases iniciais da TB e alteração na produção de citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias podem contribuir para a evasão do patógeno da vigilância imune do hospedeiro. Os mecanismos que levam a tais modificaçãoes no compartimento imunológico ainda permanecem elusivos mas os resultados aqui apresentados abrem oportunidade para futuras investigações sobre a participação ativa do Mycobacterium tuberculosis nesse processo.