INTRODUÇÃO: Uma das mais novas estratégias de prevenção ao Vírus da Síndrome
da imunodeficiência humana (HIV) é a Profilaxia Pré- exposição (PrEP). OBJETIVO:
Avaliar a adesão dos usuários à Profilaxia Pré- Exposição ao HIV em um Centro de
Testagem e Aconselhamento (CTA) diante do contexto da pandemia da COVID- 19.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo quantitativo de natureza descritiva e
analítica, com abordagem e delineamento transversal, realizado com 50 usuários em
acompanhamento em um CTA. Os dados foram coletados no período de maio a outubro
de 2021 de forma mista (on-line e presencial) por meio dos seguintes questionários:
Formulário de caracterização sociodemográfica, atitudes e comportamento de saúde e
uso da PrEP; Questionário de Avaliação da Adesão ao Tratamento Antirretroviral
(CEAT- HIV); e a Escala de Medo da COVID- 19 (EMC- 19). A pesquisa foi aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), sob
o parecer nº 4.495.342. RESULTADOS: Os achados encontrados revelam alta adesão à
PrEP por usuários desse serviço, mais utilizada por Homens que fazem Sexo com outros
Homens (HSH), jovens, divorciados/viúvos, com nível de escolaridade alto e que
avaliam sua saúde de forma positiva. Altos percentuais de abstenção de uso da PrEP
durante a pandemia da COVID- 19 foram identificados, com tempo de abandono de um
a mais de seis meses, tendo como principal motivação a indisponibilidade do serviço de
saúde. A cor da pele influencia de forma significativa no uso da PrEP - enquanto
pessoas brancas atingem escores referentes à excelente adesão, pessoas pardas são
identificadas como as menos aderentes. Quanto aos aspectos relacionados à COVID-
19, a maioria já foi contaminada, não se percebe como grupo de risco, relata risco
elevado de vir a ser contaminado, e apresenta alto índice de adesão às medidas
preventivas ao vírus. Maiores escores de medo da COVID-19 foram identificados em
pessoas negras, não previamente contaminadas pelo coronavírus, e com menor renda
salarial. CONCLUSÃO: Conclui-se que a população negra e com menor renda é a mais
vulnerável aos impactos advindos da COVID- 19. Os achados contribuem para
identificar nas populações mais vulneráveis o impacto de problemas sanitários,
considerando as distintas formas de vivência da sexualidade típicas de contextos sociais
da modernidade.