Disfunções do assoalho pélvico incluem uma variedade de condições interrelacionadas, tais como prolapso de órgãos pélvicos e distúrbios urinários e defecatórios, a avaliação é fundamental, a fim de agregar qualidade de vida e bem-estar sexual a mulheres que perduram com este problema. Objetivo: Analisar o impacto da intervenção cirúrgica na satisfação sexual em mulheres submetidas à cirurgia para prolapso de órgão pélvico e/ou incontinência urinária. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa observacional, qualitativa, longitudinal e cruzado, realizada na clínica Ginecológica do Hospital Getúlio Vargas em Teresina-PI. A coleta foi realizada por meio de um instrumento próprio, composto por variáveis sociodemográficas e clínicas; quanto ao grau de incômodo e a disfunção sexual, foram avaliadas por dois instrumentos validados: International consultation on Incontinence Questionnaire Female Sexual (ICIQ-FLUTSsex) e o Pelvic Floor Brother Questionnaire (PFBQ), antes e após a cirurgia. Em seguida os dados foram inseridos em planilha do Microsoft Excel, formando todas as variáveis caracterizadas por frequência absoluta e relativa (percentual). Além disso, foi utilizado também o teste não paramétrico de Wilcoxon, usado para comparar o grau de disfunção do assoalho pélvico, bem como a satisfação sexual feminina antes e após a cirurgia. Os dados foram analisados com auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0, com um nível de significância de 5% em todo o processo. O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob o parecer de número 5.397.351. Resultados: Foram selecionadas 50 mulheres com diagnóstico para a cirurgia corretiva de POP e/ou IU, independente dos estágios, no período de junho a
novembro de 2022. O perfil sociodemográfico das pacientes foi identificado, majoritariamente mulheres acima de 60 anos, com maior indicação para cirurgia de POP (70,4%) e residentes em Teresina-PI. A maioria era casada (68%), parda (76%) com baixo nível de escolaridade. Mulheres com três (38%) ou quatro (30%) filhos apresentaram fator de risco para grau III de POP. Dor, desconforto e sensação de peso na vagina foram queixas pertinentes. No entanto após o pós-operatório a disfunção vaginal e a função sexual resultaram em valores significativos (P<0,0001), respectivamente. Conclusão: Mulheres que realizaram a cirurgia para correção de POP e/ou IUE tiveram uma melhora estatisticamente significante no pós-operatório, em relação ao desconforto causado pela patologia e disfunção sexual.