Introdução: A hanseníase é uma doença negligenciada que afeta as camadas mais pobres da população, por se tratar de uma doença endêmica e representar um problema de saúde pública, estando associada a péssimas condições sanitárias, insegurança alimentar, e nível socioeconômico e educacional baixos. Objetivo: Descrever os aspectos epidemiológicos da hanseníase no Estado do Maranhão no período de 2011 a 2021 e de forma específica investigar a taxa de prevalência de hanseníase no Maranhão no período citado; destacar dados sociodemográficos dos casos de hanseníase notificados; e classificar os casos de hanseníase de acordo com a forma clínica e o tipo de entrada dos casos. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de corte transversal com abordagem quantitativa com uso de dados secundários provenientes de sistemas de informação em saúde dos casos de hanseníase em residentes do Estado do Maranhão, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2011 a 2021. Os dados foram coletados em 2022 e armazenados em um banco de dados por meio do programa Excel e exportados para o Programa o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0, utilizou-se o teste do qui-quadrado de Pearson para avaliar a significância estatística, sendo adotado o nível de 1% de significância. Resultados: Foram notificados 46052 casos. Com relação as variáveis sociodemográficas, houve prevalência do sexo masculino, na faixa etária de 30 a 39 anos, a maior parte possuía ensino fundamental incompleto e eram pardos. A forma multibacilar apresentou coeficientes mais elevados, o teste de qui-quadrado de independência mostrou que há associação estatisticamente significativa entre a escolaridade e a forma clínica da doença. Conclusão: A hanseníase ainda representa um agravo a saúde pública, afetando principalmente indivíduos em estado de vulnerabilidade exibindo sua forte relação com os determinantes socioeconómicos e as desigualdades sociais existentes no país. Por isso, estabelecer e reforçar estratégias urgentes de controle e educação são imprescindíveis, promovendo conhecimentos acerca da patologia, ressaltando as consequências negativas, preconceitos e estigma enfrentados pelos pacientes e a busca e facilitação aos serviços de saúde.