Introdução: Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) referem-se à inflamação crônica idiopática imunomediada do trato gastrointestinal, classificadas como doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU). Na DC, o íleo e o cólon são as regiões mais afetadas, apresentando lesões intermitentes, inflamação transmural e úlceras profundas. A RCU, por sua vez, afeta a mucosa do cólon e do reto, com danos contínuos. Devido à inflamação crônica e danos à mucosa intestinal, a má absorção e perda de micronutrientes ocorrem, resultando em deficiências de minerais, como os oligoelementos cobre e zinco. Objetivo: analisar as concentrações de cobre, zinco e sua relação com o estresse oxidativo nas DII. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e analítico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (parecer 5.123.694), com pacientes de ambos os sexos, na faixa etária entre ≥ 18 e ≤ 59 anos, atendidos no ambulatório do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, categorizados em três grupos: DC (pacientes com DC, n=32), RCU (pacientes com RCU, n=30) e CTL (grupo controle sem DII, n=24). O consumo alimentar foi investigado por meio do Recordatório Alimentar de 24h. As concentrações plasmáticas do zinco e cobre foram determinadas por espectrometria de emissão óptica. As determinações dos marcadores do estresse oxidativo (glutationa reduzida (GSH), malondialdeído (MDA), mieloperoxidase, superóxido dismutase e nitrito) foram realizadas em espectrofotômetro. Os resultados descritivos foram apresentados como média e erro padrão da média. A distribuição dos dados foi realizada aplicando-se o teste de Kolmogorov-Smirnov; nas variáveis paramétricas, utilizou-se Anova One-Way com pós-teste de Tukey; nas variáveis não paramétricas o teste de Kruskal-Wallis, com pós-teste de Dunn. Além disso, nas variáveis com distribuição normal foi utilizado o Coeficiente de correlação de postos de Spearman, e naquelas com distribuição não normal foi usado o coeficiente de correlação de Pearson. Adotou-se o nível de significância de 5%. Resultados: Em relação ao consumo alimentar, observou-se que os pacientes com DC ingeriram menos calorias em comparação ao grupo controle, com diferença significativa. Observou-se que a concentração de GSH foi significativamente maior no grupo DC, em relação aos controles, e no sexo feminino, não havendo diferença significativa em relação a este biomarcador na RCU. Os pacientes apresentaram concentrações plasmáticas significativamente menores de zinco e maiores de cobre, e maior relação cobre/zinco, em comparação ao grupo controle. Conclusão: As concentrações reduzidas de zinco e aumentadas de cobre em ambos os grupos, DC e RCU, refletem alterações no metabolismo destes minerais, e o estresse oxidativo foi mais expressivo na DC, decorrentes de mecanismos ativados da própria doença inflamatória.