RESUMO
Introdução: Este estudo investiga a orientação sexual de mulheres com deficiência visual nas unidades básicas de saúde de Floriano-PI, com foco na utilização de tecnologias assistivas para promover a educação sexual. A pesquisa é motivada pelo aumento da deficiência visual global e pela necessidade de políticas públicas mais inclusivas, especialmente no que diz respeito à saúde sexual das mulheres com cegueira. As mulheres com deficiência visual enfrentam barreiras graves ao acesso a informações sobre práticas sexuais seguras, exacerbadas pela falta de adaptação das campanhas de saúde e pela ausência de materiais acessíveis, como conteúdo em braille ou áudio. A metodologia utilizada foi quantitativa e descritiva, com coleta de dados em duas etapas: a, por meio de busca ativa dos participantes, a primeira, e a segunda, através da aplicação de um questionário validado sobre o uso de tecnologias assistivas. A amostra foi composta por 73 mulheres com cegueira, atendidas em unidades básicas de saúde entre fevereiro e junho de 2024. A análise dos dados foi realizada com o software SPSS, utilizando estatísticas descritivas e testes de associação. Os resultados indicaram que as mulheres com cegueira tiveram uma média de 2 filhos, e que a maioria delas tinham doenças crônicas, como hipertensão. Em relação às tecnologias assistivas, 58,1% dos participantes consideraram práticas os instrumentos utilizados, embora apenas 8,1% acreditassem que as tecnologias atendiam plenamente às suas necessidades. A análise revelou que a eficácia percebida das tecnologias assistivas estava associada à maior autonomia funcional das mulheres e à sua faixa etária. Mulheres mais jovens e com maior autonomia deram melhores avaliações. Conclui-se que, embora as políticas públicas para inclusão de pessoas com deficiência estejam em andamento, ainda existem barreiras significativas, como a falta de capacitação de profissionais de saúde e a ausência de materiais educativos acessíveis. A pesquisa destaca a importância de adaptar as tecnologias assistivas às necessidades individuais e de investir em capacitação para garantir que as mulheres com deficiência visual tenham acesso a informações precisas sobre saúde sexual, prevenindo infecções sexualmente transmissíveis e promovendo maior qualidade de vida.