Nos últimos anos aconteceram diversas mudanças socioeconômicas em decorrência
do processo acelerado de urbanização e industrialização ligado ao desenvolvimento tecnológico.
No mundo inteiro essas transformações ocasionaram inúmeras modificações no estilo de vida da
população. Esse cenário contribuiu para o aumento da prevalência das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNTs) que atualmente constituem as principais causas de morbidade e
mortalidade. Objetivo: Investigar a associação entre a ingestão alimentar de nutrientes
antioxidantes e perfil lipídico de escolares adolescentes. Metodologia: A presente análise foi um
inquérito transversal e multicêntrico, de base escolar, realizado em 2013 e 2014, com amostra
representativa de 36.918 adolescentes de 12 a 17 anos, de escolas públicas e privadas, em
municípios com mais de 100 mil habitantes. Para o cálculo amostral foram calculadas frequências
de participação (elegíveis) por macrorregiões, sexo, idade e tipo de escola. Os dados de consumo
alimentar foram obtidos por meio de recordatório alimentar de 24 horas. Foram realizadas análises
bioquímicas de Colesterol Total (CT), Lipoproteína de alta densidade (HDL- c), Triglicerídeos (TG) e
Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL-c). Os dados foram analisados por meio do software Stata®,
versão 15.1 utilizando intervalo de confiança de 95%. O teste Qui-quadrado de Pearson foi aplicadopara testar a associação entre as variáveis e a regressão múltipla para estimar o Odds ratio – OR e
medir a força de associação entre as variáveis. Foi adotado nível de significância de 5%.
Resultados: Foram produzidos 3 artigos científicos sendo dois originais e um artigo de revisão
sistemática em processo de atualização. Apresentados por ordem de produção: 1) Associação
entre consumo de magnésio, selênio e zinco e perfil lipídico de adolescentes brasileiros
(Association between magnesium, selenium and zinc consumption and lipid profile of brazilian
adolescentes), mostrou associação entre consumo inadequado de magnésio, zinco e selênio e
alterações no perfil lipídico de adolescentes.; 2) Estudo dos fatores de risco cardiovascular em
adolescentes: associação entre ingestão de vitaminas A e E e perfil lipídico (“Study of
cardiovascular risk factors adolescents: associaction between intake of vitamins A and E and lipide
profile”) demonstrou elevadas prevalências de inadequações no consumo de vitaminas A e E entre
adolescentes brasileiros de ambos os sexos e todas as faixas etárias analisadas, além de sugerir
associações entre o baixo consumo desses micronutrientes e alterações nas concentrações de
lipoproteínas plasmáticas nesse público e 3) Efeitos dos micronutrientes antioxidantes no risco
cardiovascular em adolescentes: Uma Revisão Sistemática. Indicou que níveis insuficientes dos
antioxidantes avaliados estão relacionados a resistência insulínica e maior risco cardiovascular. E a
não associação entre as concentrações de vitaminas e a pressão arterial diastólica no sexo
feminino, enquanto no sexo masculino o retinol foi associado à pressão arterial diastólica.
Conclusão: o referido estudo mostrou a associação entre a ingestão de micronutrientes
antioxidantes, dislipidemias e risco cardiovascular em escolares adolescentes brasileiros.