Resumo (máximo 500 palavras): A distribuição desproporcional do tecido adiposo no organismo tem sido associada ao desenvolvimento de diversas comorbidades, sendo a disfunção de tal tecido caracterizada pela hipertrofia de adipócitos, redução da angiogênese, inflamação crônica de baixo grau, resistência à insulina e dislipidemias, fatores de risco cardiometabólico importantes. Na perspectiva da obtenção de conhecimentos acerca da influência da nutrição na proteção cardiometabólica, pesquisas têm investigado a participação de minerais, em particular magnésio, selênio e cálcio, no controle de desordens presentes em indivíduos com obesidade. Assim, esta tese teve como objetivo: 1) Esclarecer e aprofundar conhecimentos a acerca do papel do magnésio na proteção contra alterações cardiometabólicas presentes na obesidade; 2) Verificar a associação entre parâmetros de minerais (magnésio, selênio e cálcio) e marcadores do risco cardiometabólico em mulheres com obesidade. No primeiro estudo, foi conduzida busca nas bases de dados Pubmed, SciELO, and Science Direct, sendo incluídos artigos que apresentavam foco na elucidação dos mecanismos envolvidos entre fatores de risco cardiometabólico e indivíduos com obesidade e no papel do magnésio na proteção contra tais fatores. O segundo estudo de natureza observacional, analítico, do tipo caso-controle, envolveu 130 mulheres com idade entre 18 e 50 anos, que foram distribuídas em grupos de acordo com o IMC: mulheres com obesidade (n=69) e grupo controle (n=61). Nesse estudo foram avaliadas as concentrações plasmáticas, eritrocitárias e urinárias dos minerais (magnésio, selênio e cálcio), as concentrações séricas de marcadores do perfil lipídico (colesterol total, triacilgliceróis, HDL-c, LDL-c, não-HDL-c), perfil glicêmico (glicemia em jejum, insulina, HbA1c, HOMA-IR) e inflamatórios (interleucina 6 e interleucina 8). Os resultados revelaram alterações na homeostase dos minerais magnésio, selênio e cálcio, com aumento de suas excreções na urina nas mulheres com obesidade, bem como parâmetros do risco cardiometabólico elevados. Houve uma correlação positiva entre os biomarcadores do estado nutricional relativo aos minerais e os parâmetros antropométricos avaliados. Os resultados sugerem que o excesso de adiposidade contribui para a manifestação da deficiência verificada nos minerais analisados, bem como o impacto de tal deficiência na acentuação do risco cardiometabólico na população avaliada. Essa pesquisa permite inferir a associação da deficiência nos minerais (magnésio, selênio e cálcio) com o aumento do risco cardiometabólico nas mulheres com obesidade.