O mel é um alimento natural produzido por diversas espécies de abelhas possuindo uma matriz diversa que contribui com uma composição que varia de acordo com o néctar da planta e a espécie de abelha envolvida, o que lhe confere características específicas. Há, no entanto, o mel produzido pelas abelhas com ferrão e o mel produzido pelas abelhas ditas sem ferrão ou nativas, com características diferenciadas e específicas. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo analisar mel de Tiúba (Melipona compressipes) quanto aos aspectos físico-químicos, microbiológicos, teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante. Para tanto analisou-se os parâmetros umidade, acidez livre, pH, açúcares redutores, sacarose aparente e cor de mel de Tiúba (Melipona compressipes) de diferentes localidades do Piauí (Teresina, Piripiri, Batalha, Murici dos Portelas), determinou-se o teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante dos méis coletados e realizou-se testes para contagem de coliformes totais, Escherichia coli, bolores e leveduras. Entre as localidades analisadas o teor de umidade variou de 17,96 ± 0,25% a 25,66 ± 1,08%. A amostra de Piripiri foi a única que se apresentou umidade dentro do padrão especificado para mel segundo a legislação. A acidez entre os municípios estudados variou de 33,45 ± 1,45 a 57,05 ± 0,33 mEq/kg. O pH foi o parâmetro que demonstrou menor variabilidade neste estudo. Entre os municípios estudados houve uma variação de 3,60 ± 0,06 a 3,72 ± 0,01. A variação de açúcares redutores entre os municípios foi de 35,13 ± 5,73 a 48,10 ± 3,47 g/100g. A variação de sacarose aparente entre os municípios foi de 3,17 ± 4,73 a 4,58 ± 0,45g/100g. A variação de cor entre os municípios estudados foi de 12,52 ± 0,28nm a 52,25 ± 1,14nm. Das 27 amostras analisadas, as absorbâncias lidas apresentaram-se entre 5 e 77nm onde as cores extra branco e âmbar claro foram predominantes em 29,63% das amostras, respectivamente, seguidas do branco (18,52%), extra âmbar claro (14,81%) e branco d’água em 7,41% das amostras. As amostras de Batalha foram as que apresentaram os méis mais claros enquanto Murici dos Portelas apresentou as amostras de coloração mais escura. O teor de compostos fenólicos totais medido nos 27 extratos de mel variou de 37,38 a 148,61 mg GAE/100g. Os resultados obtidos confirmam que o mel de abelhas sem ferrão contém quantidades significativas de compostos fenólicos totais. Os valores médios de atividade antioxidante variaram de 36,87 ± 8,83 a 162,14 ± 5,10 μmol Trolox/100g para o método ABTS e de 24,20 ± 7,45 a 93,65 ± 4,63 μmol Fe(II)/100g para o método FRAP, demonstrando que os méis analisados tem atividade sequestradora de radicais catiônicos (ABTS) e capacidade redutora de íon férrico a íon ferroso (FRAP). Os méis que apresentaram coloração mais escura também apresentaram maior atividade antioxidante tanto pelo método FRAP como pelo método ABTS. Todas as amostras estavam dentro do padrão microbiológico segundo a RDC n° 12, no entanto segundo a IN n° 161/22, 7 amostras apresentaram-se fora do padrão para bolores e leveduras.