Fatores de Risco cardiovasculares e sua Relação com os Níveis Séricos de Vitamina D em Idosos Residentes em Capital do Nordeste do Brasil
Fatores de risco. Doenças cardiovasculares. Idoso. Vitamina D.
CARVALHO, L. R. Fatores de risco cardiovasculares e sua relação com os níveis séricos de vitamina D em idosos residentes em capital do nordeste do Brasil. 2012. Dissertação (Mestrado) - Programa de Mestrado em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina - PI.
OBJETIVO: Analisar fatores de risco cardiovasculares e sua relação com os níveis séricos de vitamina D em uma população de idosos residentes em capital do nordeste do Brasil. METODOLOGIA: Estudo observacional, descritivo, transversal e de associação envolvendo a população de idosos residentes em áreas assistidas por equipe da Estratégia Saúde da Família, no município de Teresina, Piauí. A coleta dos dados aconteceu no período de fevereiro a junho de 2011 e abrangeu duas fases. Na primeira foram avaliados 359 idosos com aplicação de um questionário, por meio de visitas domiciliares, com tomada de medidas antropométricas e pressão arterial. Na segunda fase foi realizada a colheita de sangue e análise bioquímica em uma subamostra da população estudada (n = 100). Para análise do nível sérico da 25(OH)D e do paratormônio utilizou-se o método da quimioluminescência e para o colesterol total, HDL-c, triglicerídeos e glicemia em jejum a colorimetria enzimática, enquanto, a concentração do LDL-c foi calculada segundo a fórmula proposta por Friedwald, para os valores de triglicerídeos abaixo de 400 mg/dL. Os resultados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®), versão 18.0. RESULTADOS: A maioria dos idosos (61,6%) era do sexo feminino, com grupo etário predominante (51,0%) entre 60 a 69 anos. Cerca de 63% viviam com companheiro (a) com maioria entre os homens (p < 0,001). Recebiam menos de dois salários mínimos (59,3%) e o ensino fundamental foi o nível de instrução predominante (44,8%). A média de idade (70,6 ± 7,6anos), peso (62,6 ± 12,1 kg) e altura estimada (158,2 ± 7,3 cm) foi mais elevada para o sexo masculino. Também, observou-se que em média os pesquisados estavam com IMC de 25 ± 4,2 kg/m², com pressão arterial de 131,6 ± 21/77,9 ± 11,5 mmHg em ambos os sexos. A média da circunferência da cintura se mostrou elevada (98,2 ± 12,5 cm) entre as mulheres e dentro da normalidade (96,8 ± 10,3 cm) entre os homens. As prevalências dos fatores de risco cardiovasculares estudados foram: hipercolesterolemia (88,0%), hipertrigliceridemia (88,0%), sedentarismo (73,5%), hipertensão arterial (71,3%), obesidade abdominal (65,2%), LDL-c elevado (34,0%), HDL-c baixo (30,0%), ingestão de bebida alcoólica (22,6%), diabete melito (22,0%) e tabagismo (11,7%) e obesidade total (11,1%). Obesidade abdominal e HDL-c baixo foram mais prevalentes nas mulheres (p = 0,001 e p < 0,001, respectivamente). Por outro lado, o tabagismo e ingestão de bebida alcoólica ocorreram em maior proporção nos homens (p < 0,001). O grupo etário entre 60 a 69 anos foi o que mais referiu a ingestão de bebida alcoólica (p = 0,006). Em relação à escolaridade se observou que, quanto maior o nível de instrução, maior a prevalência de obesidade total e menor proporção de sedentarismo (p < 0,05). Dos indivíduos que viviam com companheiro, 27,1% revelaram ingestão de bebida alcoólica e entre aqueles sem companheiro houve predomínio de hipertensão arterial (81,3%), HDL-c baixo (45,2%) e obesidade abdominal (79,1%). Foi baixo o valor médio sérico (22,5 ± 8,0 ng/mL) de vitamina D (25(OH)D) e foram insignificantes as relações desta com os fatores de risco cardiovasculares investigados. O paratormônio correlacionou negativamente com a pressão arterial diastólica (r = -0,201; p = 0,045), mas não correlacionou com os outros fatores de riscos. CONCLUSÕES: É elevada a prevalência de fatores de risco cardiovasculares, são baixos os níveis séricos de 25(OH)D e não há relação linear entre estas variáveis na população estudada. Houve correlação entre o paratormônio e a pressão arterial diastólica.