Cactáceas são plantas xerofíticas com alto poder de adaptação à climas secos e à elevadas temperaturas. A caatinga se destaca como o ecossistema com a maior diversidade dessas espécies, muitas dessas, apesar do elevado potencial nutricional e de compostos bioativos e antioxidantes, ainda são pouco exploradas. Objetivou-se avaliar a composição física, físico-química, nutricional, o teor de compostos bioativos, a atividade antioxidante in vitro e atividade citotóxica dos frutos das cactáceas do mandacaru (Cereus jamacaru DC.), facheiro (Pilosocereus pachycladus subesp. pernambucoensis (F. Ritter) Zappi), xiquexique (Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley subesp. Gounellei) e do quipá (Tacinga inamoena (K. Schum) NPTaylor & Stuppy), da caatinga e avaliar a aceitação sensorial de sorvete produzido a base da polpa do mandacaru e xiquexique. Foram utilizadas metodologias oficiais descritas no Instituto Adolfo Lutz (2008) e AOAC (2005). Verificou-se um elevado teor de água (>80%) nos frutos, os quais são compostos majoritariamente de carboidratos, com destaque para polpa do facheiro com 3,16% de lipídeos. Para os minerais, os frutos foram qualificados como excelentes matrizes, onde os achados classificaram 61,11% das amostras, sendo de alto teor de minerais, destaque para o Magnésio (Mg) e Manganês (Mn) presentes nas cascas e na polpa do facheiro. Os Polifenois totais, a maioria se classifica como sendo de médio teor (100 a 500 mg EAG.100 g-1), verificou-se, dessa forma, a presença de compostos bioativos tanto nas polpas quanto cascas com destaque para essa última bem como: elevada capacidade antioxidante pelos métodos DPPH, ABTS e FRAP, observou-se, ademais, que nenhum dos frutos apresentou toxicidade frente a Artemia salina. Além disso, os sorvetes elaborados a base das polpas de mandacaru e xiquexique obtiveram boa aceitação e intenção de compra pelos provadores com destaque para o sorvete com maior proporção de polpa de mandacaru. Dessa forma, infere-se que os frutos estudados se constituem em fontes de minerais essências e compostos bioativos com capacidade antioxidante, devendo ser estimulado seu consumo, bem como investimentos ao desenvolvimento de novos produtos à base destes.