Os frutos e vegetais são ricos em compostos bioativos como compostos fenólicos, ácido ascórbico, flanovóides, carotenóides e outros que são sintetizados no metabolismo secundário, sendo os fenólicos e flavonoides, os mais amplamente abundantes no reino vegetal. Os compostos fenólicos possuem um elevado poder antioxidante, dessa forma oferecem grande contribuição para saúde devido ao seu efeito protetor em relação às doenças como câncer, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. O conhecimento sobre os níveis de ingestão de polifenóis, juntamente com a sua bioacessibilidade/biodisponibilidade em todo o trato gastrointestinal, constituem fatores fundamentais para avaliar o seu significado biológiconasaúdehumana.O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a bioacessibilidade, por meio da digestão simulada in vitro no teor de compostos fenólicos e na atividade antioxidante do fruto do babaçu (Orbignya phalerata Mart.). Os extratos (aquoso, etanólicoeacetonico)dobabaçuforamobtidospormetodologiasjápadronizadas. As frações de ácidos fenólicos do babaçu (mesocarpo e amêndoa) e dos fenólicos totais foram obtidos por metodologias já estabelecidas. O conteúdo de proantrocianidinas totais foi determinado por método espectrofotométrico. A atividade antioxidante foi determinada por dois métodos: TEAC-ABTS e ORAC. O efeito da digestão (bioacessibilidade) sob o conteúdo de fenólicos totais e na atividade antioxidante do babaçu foi por meio de protocolo in vitro e método adaptado. Os compostos fenólicos do babaçu (mesocarpo e amêndoa) foram identificados por cromatografia líquida de alta eficiência. Dos extratos utilizados, o aquoso foi o que apresentou melhor poder extratorfenólicoeatividadeantioxidante.Dentre as frações de ácidos fenólicos,a que mais se destacou foi a solúvel, com maior diferença significativa no método TEACABTS. Dos compostos identificados no mesocarpo do babaçu, o ácido elágico foi o que apresentou maior teor e a epicatequina na amêndoa. Quanto ao teor de proantrocianidinas foi verificado que no mesocarpo houve diminuição no teor das mesmas após as fazes 1 e 2 da digestão, já na amêndoa houve aumento no final da fase 1 e diminuição no final da fase 2 nos dois métodos (ORAC e TEAC). Dos compostos fenólicos presentes no extrato aquoso do mesocarpo do babaçu após digestão invitro,os mais bioacessíveis foram o ácido elágico eepicatequina,os quais tiveram seus teores aumentados ao final da fase 2. Na amêndoa, a epicatequina foio composto que mais se destacou. Pode-se concluir que o babaçu (mesocarpo e amêndoa) possui vários compostos fenólicos, com atividades antioxidantes, os quais o ácido elágico e a epicatequina foram os mais bioacessíveis.