ABREU, T. B. B. ERICA: estudo suplementar sobre alimentos ultraprocessados, macronutrientes, atitudes e práticas alimentares de adolescentes com pré-obesidade e obesidade. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição), Universidade Federal do Piauí - UFPI, Teresina-PI, 2018.
INTRODUÇÃO: Mudanças rápidas nos padrões de alimentação na grande maioria dos países e, em particular, naqueles economicamente emergentes. No Brasil, a prevalência de excesso de peso foi encontrada em 49,0% da população, na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2008/2009). Em adolescentes, o excesso de peso aumentou seis vezes no sexo masculino e quase três vezes no feminino, alcançando nesse período prevalência de cerca de 20,0%, para ambos os sexos. O Objetivo desse trabalho foi investigar alimentos ultraprocessados, macronutrientes, atitudes e práticas alimentares de adolescentes, com pré-obesidade e obesidade, que participaram do ERICA, no município de Teresina, PI. MÉTODOLOGIA: A Pesquisa teve como base dados secundários, obtidos de dois estudos, o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) e o Projeto Suplementar ao ERICA, ambos de caráter transversal, envolvendo 292 adolescentes com pré-obesidade e obesidade, entre 12 e 17 anos, de ambos os sexos, estudantes de escolas públicas e privadas. As variáveis do estudo foram: dados sociodemográficos, práticas alimentares não saudáveis, opiniões sobre alimentos ultraprocessados e média do consumo de macronutrientes. RESULTADOS: Demonstrou-se que não há diferença significativa entre a pré-obesidade e obesidade segundo o tipo de escola, no entanto observaram-se valores maiores para adolescentes com pré-obesidade de escolas públicas (54,7%; p = 0,471). A maior proporção dos adolescentes, de escolas públicas, respondeu “concordo”, que os salgadinhos industrializados e as batatas fritas promovem bem-estar e consequentemente fazem bem à saúde; já os de escolas privadas, respondeu “discordo” que refrigerantes ajudam a engordar e promovem obesidade, e que sorvetes, pizzas, biscoitos recheados, chocolates, bombons são alimentos calóricos e provocam danos à saúde; não houve significância da prevalência de pré-obesidade e obesidade entre os alunos que responderam sobre opinião de alimentos ultraprocessados e os efeitos á saúde e os tipos de escola. Maior proporção de alunos das escolas privadas não fazem as refeições assistindo TV, enquanto os alunos de escolas públicas o fazem todos os dias ou quase todos os dias. Não houve significância entre a prevalência de pré-obesidade e obesidade e as práticas não saudáveis, houve significância nos resultados apenas do consumo de lipídeos entre a associação com pré-obesidade e obesidade. CONCLUSÃO: Observou-se, de modo geral, que os adolescentes parecem ter conhecimento e opiniões corretas sobre o consumo de alimentos ultraprocessados e seus efeitos à saúde, em destaque para aqueles de escolas públicas, no entanto, não põem em prática, pois a maioria faz refeições e consome petiscos em frente a telas, refletindo no seu estado nutricional, já que registrou-se maior prevalência de obesidade em relação a pré-obesidade.