PORTO-LUZ, R. G. L. Bioacessibilidade, identificação de compostos fenólicos e atividade antioxidante in vitro do suco de caju (Anacardium occidantale L.) clarificado (cajuína) [tese] Universidade Federal do Piauí, Teresina- Piauí, 2019.
O Caju (Anacardium occidentale L.), apresenta grande potencial de exploração devido às características sensoriais atrativas, elevado valor nutritivo e presença de substâncias bioativas. Por meio do processo de clarificação do suco, obtém-se a cajuína, bebida não diluída e não fermentada, advinda da parte comestível do pseudofruto. Pesquisas anteriores verificaram elevados teores de compostos fenólicos em caju e propriedades antioxidante e antimutagênica na cajuína. Este trabalho foi realizado com o objetivo de determinar a bioacessibilidade, identificação dos compostos fenólicos e atividade antioxidante total de duas marcas comerciais de suco de caju clarificado (cajuína) produzidos no Piauí. Utilizou-se método espectrofotométrico para determinação de fenólicos totais (reagente Folin-Ciocalteu), flavonoides totais e atividade antioxidante (métodos DPPH e ABTS). A identificação dos compostos fenólicos foi realizada por HPLC-UV, e a bioacessibilidade dos compostos por meio de digestão gastrointestinal simulada in vitro. As variáveis foram comparadas pelo teste t de Student, utilizando o programa Statistical Package for Social Science (SPSS) versão, 22. Como principais resultados, pode-se destacar o aumento no teor dos quatro compostos fenólicos identificados após a digestão simulada in vitro. O ácido elágico da Marca A foi o composto obtido em maior quantidade (1062,81 ± 5.70 antes e 1898,14 ± 31,42 μg.100g-1 após a digestão simulada) com uma fração bioacessível de 178,59 %, indicando a ocorrência de hidrólise durante o processo de digestão in vitro, liberando ácido elágico a partir dos elagitaninos. Foram identificados em menor quantidade em ordem decrescente pós digestão o ácido gálico (5,91 ± 2,95 μg.100g-1), epicatequina (3,23 ± 0,83 μg.100g-1), e p-cumárico (0,65 ± 0,1 μg.100g-1). Houve uma redução no teor de fenólicos totais, flavonoides totais e atividade antioxidante após a digestão simulada, mas todos mantiveram uma fração bioacessível acima de de 40%. A marca A foi a que apresentou os melhores resultados para todas as análises estando em conformidade com todos os parâmetros exigidos pela legislação brasileira. Sendo assim, pode-se concluir que a digestão simulada afetou positivamente a liberação dos compostos fenólicos identificados, além disso, esses compostos juntamente com o elevado teor de vitamina C, contribuem de forma positiva para a porcentagem bioacessível da atividade antioxidante total.