A colite ulcerativa é caracterizada pela inflamação intestinal difusa e recorrente do cólon e reto, acredita-se que as produções excessivas de espécies reativas ao oxigênio e citocinas pró-inflamatórias estejam relacionadas com a patologia. Ressalta-se o papel da suplementação de glutamina que juntamente ao exercício físico promova a redução do dano intestinal. O objetivo foi avaliar os efeitos dos exercícios físicos e da suplementação de glutamina sobre parâmetros gastrintestinais de ratos com colite ulcerativa. Os ratos machos Wistar (n=5 a 12/grupo), 250-300g, foram suplementados com 1g de glutamina/kg p.c por 8 semanas, via oral. Outros grupos foram submetidos aos treinamentos, anaeróbio: 5 sessões por semana de saltos individuais, 4 séries de 10 saltos, com sobrecarga progressiva (50-85% do p.c); aeróbio: sessões de natação, 5 x/semana, 60 min/ sessão, durante 8 semanas. Após o treinamento físico e/ou a suplementação ocorreu a indução da colite ulcerativa por sonda intra-colônica posicionada a 8 cm do ânus com 1 mL de ácido acético a 4% em solução salina (pH 2.3), posteriormente avaliou-se: lesão macroscópica; ganho de peso corporal, órgãos e tecidos; esvaziamento gástrico; análise histológica; determinação dos níveis de nitrato/nitritos, malondialdeído, mieloperoxidase e atividade de superóxido dismutase; determinação das concentrações de citocinas IL-1β, IL-6, TNF-α. Observamos que a colite ulcerativa aumentou significativamente a perda do ganho de p.c (Δ) (24,50 ± 4,30 vs. 74,57 ± 4,20 g/dia); lesão macroscópica colônica (6,66 ± 0,47 vs. 0,30 ± 0,15); peso do cólon (0,32 ± 0,02 vs. 0,19 ± 0,11 g), concentração de nitrato/nitritos (0,10 ± 0,004 vs. 0,07± 0,003 μM), malondialdeído (130,4 ± 14,75 vs. 36,62 ± 5,37 nmol/g), mieloperoxidase (6,32 ± 0,83 vs. 1,90 ± 0,36 UI/mg) e diminuição da atividade de superóxido dismutase (0,90 ± 0,21 vs. 3,74 ± 0,38 UI/mgHb). Houve aumento significativo no grupo com colite ulcerativa de IL-1β: 16,99 ± 2,90 vs. ND pg/mg, IL-6: 7,52 ± 0,59 vs. 3,21 ± 0,90 pg/mg e TNF-α: 24,57 ± 4,71 vs. 0,57 ± 0,16 pg/mg, também ocasiona extensas lesões microscópicas, caracterizadas por danos hemorrágicos, edema, perda de células epiteliais e processo inflamatório (p< 0,05). Em relação ao esvaziamento gástrico, a colite aumentou (p< 0,05) a taxa de esvaziamento (76,58 ± 4,91 vs. 47,61 ± 4,48 ug/ml). Ambos os exercícios físicos foram capazes de reverter (p< 0,05) os efeitos da patologia de acordo com: lesão macroscópica (4,77 ± 0,46; 4,28 ± 0,56 vs. 6,66 ± 0,47), taxa de esvaziamento gástrico (70,58 ± 10,27; 63,77 ± 3,5 vs. 76,58 ± 4,91 ug/ml), níveis teciduais de malondialdeído (70,79 ± 4,01; 70,84 ± 10,62 vs. 181,0 ± 39,39 nmol/g), mieloperoxidase (3,17 ± 0,65; 3,25 ± 0,84 vs. 6,32 ± 0,83 UI/mg), atividade de superóxido (6,09 ± 0,31; 3,06 ± 0,39 vs. 0,90 ± 0,21 UI/mgHb), IL-1β (5,82 ± 1,13; 4,05 ± 2,27 vs.16,99 ± 2,90 ρg/mg), TNF-α (5,67 ± 0,79; 6,02 ± 0,45 vs. 20,12 ± 3,69 ρg/mg) e danos microscópicos colônicos. A suplementação previniu (p< 0,05) em relação: ganho de p.c (60 ± 4,80 vs. 24,50 ± 4,30 g/dia), lesão macroscópica (4,0 ± 0,65 vs. 6,66 ± 0,47), níveis teciduais de nitrato/nitritos (0,08 ± 0,001 vs. 0,10 ± 0,004 μM), malondialdeído (72,93 ± 3,92 vs. 130,4 ± 14,75 nmol/g), mieloperoxidase (2,40 ± 0,16 vs. 6,32 ± 0,83 UI/mg) e atividade de superóxido (3,96 ± 0,40 vs. 0,90 ± 0,21 UI/mgHb), IL-1β (4,10 ± 1,54 vs.16,99 ± 2,90 ρg/mg), IL-6 (3,11 ± 0,24 vs. 6,54 ± 1,08) e TNF-α (3,82 ± 0,57 vs. 24,57 ± 4,71 ρg/mg). Quanto ao efeito do exercício físico aliado a suplementação foi protetor em relação: ganho de p.c (67,17 ± 5,08 vs. 24,50 ± 4,30 g/dia), IL-1β (9,14 ± 1,50 vs. 16,99 ± 2,90 pg/mg), TNF-α (3,82 ± 0,57 vs. 24,57 ± 4,71 pg/mg). Concluímos que ambos os exercícios físicos como a suplementação de glutamina melhoram a dismotilidade gástrica e a inflamação intestinal induzida pela colite ulcerativa em ratos.