BARROS, E. K. do C. CARACTERIZAÇÃO E DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI COM BASE NOS TEORES DE PROTEÍNAS, FERRO E ZINCO E NA QUALIDADE DE COZIMENTO. 2019. 76 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) - Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina - PI. No melhoramento, a caracterização do germoplasma e os estudos de divergência genética são importantes por permitirem identificar parentais que quando cruzados gerem populações com variabilidade genética ampla e progênies superiores. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi caracterizar genótipos de feijão-caupi e a divergência genética para qualidade nutricional e de cozimento. Conduziu-se um ensaio em blocos ao acaso, com 24 tratamentos (linhagens e cultivares) e duas repetições, em condições de casa de vegetação, em Teresina PI, no ano agrícola 2018/2019. A partir de amostras de grãos dos genótipos, realizaram-se análises dos conteúdos de proteínas, ferro e zinco e da porcentagem de grãos cozidos, respectivamente, pelos métodos Kjeldahl; digestão nitro-perclórica e leitura em espectrofotômetro de absorção atômica; e cocção em panela de pressão elétrica e avaliação da porcentagem de grão cozidos via cozedor de Mattson. As médias foram agrupadas pelo teste de Tocher. A dissimilaridade genética foi avaliada por meio da distância generalizada de Mahalanobis e o agrupamento dos genótipos com base nos métodos da ligação média entre grupo - UPGMA e de otimização de Tocher. O teor médio de proteínas nos genótipos avaliados foi de 28,53 g 100g-1 de feijão-caupi, destacando-se três genótipos com valores variando de 31,78 a 32,23 g 100g-1. Os maiores teores de ferro e zinco obtidos foram de 6,82 e 6,41 mg por 100g de feijão-caupi, respectivamente, e todos os genótipos apresentaram altos teores para esses minerais. A porcentagem de grãos cozidos variou de 3 a 100%, com média de 63,21%, e a subclasse comercial Manteiga apresentou a melhor qualidade de cozimento. As médias foram agrupadas por meio do teste de Tocher. Para avaliação da divergência genética entre os genótipos foram estimadas as distâncias generalizadas de Mahalanobis (D²) e o agrupamento dos genótipos com base nas metodologias de ligação média entre grupo - UPGMA e de otimização de Tocher. O teste de Tocher evidenciou a existência de variabilidade para todos os caracteres, notadamente para a porcentagem de grãos cozidos. A porcentagem de grãos cozidos e o teor de proteínas foram os caracteres que mais contribuíram para a divergência genética entre os genótipos. Os genótipos BRS Novaera e MNC11-1019E-15 apresentaram a maior dissimilaridade genética, enquanto BRS Tumucumaque e TVU-167, a maior similaridade genética. Os métodos de otimização de Tocher e UPGMA possibilitaram a formação de seis grupos, havendo concordância entre os grupos formados pelos dois métodos e algumas coincidências de agrupamento por classe/subclasse comercial. Para o incremento do teor de proteínas, recomenda-se o cruzamento MNC00-595F-27 e MNC11-1019E-15. Os cruzamentos TVU-167 e MNC01-649F-2-11; e IT-829-889 e MNC11-1019E-15 favorecem ao aumento dos teores de ferro e zinco, respectivamente. Com relação à qualidade de cozimento, dentre as combinações que obtiveram maior divergência genética entre si, as melhores porcentagens de grãos cozidos foram obtidas pela combinação MNC00-595F-27 e MNC11-1019E-15. Essas combinações são promissoras para o desenvolvimento de cultivares de feijão-caupi biofortificadas em ferro, zinco e proteína e com melhor qualidade de cozimento.