OLIVEIRA, A. R. S. Associação entre biomarcadores dos minerais (magnésio, selênio e zinco) e o sistema de defesa antioxidante em mulheres obesas. 2019. Tese - Programa de Pós-graduação em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI.
INTRODUÇÃO: A literatura tem evidenciado deficiência em magnésio, selênio e zinco em indivíduos com obesidade, com prejuízo na realização de suas funções fisiológicas, o que parece comprometer o sistema de defesa antioxidante endógeno em organismos obesos. OBJETIVO: Avaliar a associação entre biomarcadores dos minerais (magnésio, selênio e zinco) e o sistema de defesa antioxidante em mulheres obesas. MÉTODOS: Estudo transversal envolvendo 140 mulheres que foram distribuídas em: obesas, com índice de massa corpórea ≥ 35 kg/m² e mulheres eutróficas, com índice de massa corpórea entre 18,5 e 24,9 kg/m². Este estudo é um recorte do projeto “Impacto de minerais em distúrbios endócrino-metabólicos”. Foram conduzidas determinações de parâmetros do controle glicêmico e lipídios séricos. Os índices HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance) e HOMA-β foram calculados. As análises de cortisol sérico, leptina plasmática, concentrações plasmáticas de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), atividade das enzimas superóxido dismutase, glutationa peroxidase e catalase nos eritrócitos foram realizadas. A análise da ingestão de energia, macronutrientes, magnésio, selênio e zinco e a determinação das concentrações plasmáticas, eritrocitárias e urinárias destes minerais foram conduzidas. RESULTADOS: As mulheres obesas possuíam concentrações plasmáticas e eritrocitárias de magnésio, selênio e zinco reduzidas e valores de excreção urinária aumentados, quando comparadas ao grupo controle (p<0,05). As participantes obesas apresentaram concentrações plasmáticas elevadas de TBARS e atividade reduzida da enzima superóxido dismutase nos eritrócitos (p<0,05). O estudo revelou associação positiva entre as concentrações eritrocitárias de zinco e selênio e a atividade das enzimas glutationa peroxidase e superóxido dismutase eritrocitárias nas mulheres obesas (p < 0,05). Além disso, a análise de regressão identificou associação positiva entre a insulina sérica e a enzima glutationa peroxidase, sendo esta dependente do selênio dietético (p<0,05). CONCLUSÃO: As pacientes obesas apresentam deficiência em magnésio, selênio e zinco, o que parece influenciar a capacidade do sistema de defesa antioxidante e, consequentemente contribui para acentuar desordens metabólicas importantes nessas pacientes, a exemplo do estresse oxidativo.