A utilização de enzimas como alternativa tecnológica para o
processamento de queijos e seus resíduos favoreceu o interesse em isolar e
identificar leveduras presentes em soro de leite e avaliar a capacidade de
produzir peptidases. A atividade enzimática das leveduras isoladas no soro foi
testada em ágar leite, conforme o diâmetro dos halos translúcidos formados no
meio. As leveduras que possuíam essa capacidade foram identificadas por
métodos morfológicos e moleculares. Depois, a produção de peptidase foi
realizada em soro de leite (pH 7,0) a 25ºC, por fermentação submersa, a 150
rpm. A atividade proteolítica foi avaliada pelo método da azocaseína, seguido
pela purificação parcial em coluna cromatográfica G–100. A utilização de
subprodutos para aproveitamento tecnológico para elaboração de coprodutos
tem revelado resultados importantes e a busca por produtos novos com
finalidade industrial remete a busca de micro-organismos em diferentes
ambientes, que possam tornar a ciência um aliado dos processos tecnológicos.
As peptidases secretadas pelas leveduras R. mucilaginosa e C. parapsilosis que
foram isoladas do soro de leite líquido possuem capacidade proteolítica
moderada. Futuros estudos devem ser realizados com o uso de R. mucilaginosa
(ES04) para otimização de produção de peptidase, levando em consideração as
variáveis de crescimento de leveduras, para serem utilizadas em pesquisas
tecnológicas para o desenvolvimento de produtos alimentícios, suplementos
proteicos hidrolisados e redução de desperdícios industriais. O caldo STFSL
2,0% é um substrato que favorece bom desempenho para multiplicação de
leveduras e produção de enzimas. No soro de leite foram isoladas as leveduras
Candida parapsilosis e Rhodotorula mucilaginosa, a melhor atividade proteolítica
no caldo STFSL 2% foi da Rhodotorula que produz peptidase com 29 a 37kDa e
66 kD até 96 horas em cultivo. Levando em consideração os problemas
causados pelo desperdício de soro de leite que polui os efluentes e o meio
ambiente, poderiam ser incrementados valor ao usá-lo como fonte de carbono
para a produção de biomassa de R. mucilaginosa (ES04). Essa estratégia
permitirá recuperar as condições ambientais alteradas pela poluição, agregando
ao resíduo agroindustrial (soro de leite) e desenvolver novos coprodutos
(enzimas), além de fornecer conhecimentos e tecnologias na geração de bioinsumos a serem
utilizados para fins biotecnológicos no mercado.