VIANA, L.T.M. Concentrações de vitamina D e sua relação com parâmetros de ferro,
cálcio, fósforo e PTH na doença renal crônica. 2021. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina- PI.
A doença renal crônica é uma lesão que ocasiona comprometimento progressivo das funções
renais exócrinas e endócrinas. Alterações no metabolismo dos minerais cálcio, fósforo, PTH e
vitamina D são características da doença, afetando o metabolismo mineral e ósseo. Outra
complicação muito comum é a anemia, causada pela redução na produção de eritropoetina,
deficiência de ferro e inflamação. Evidências demonstram que a vitamina D apresenta efeito
sobre a anemia da inflamação, por meio do aumento de eritrócitos e diminuição de citocinas
pró-inflamatórias. Esse estudo objetiva relacionar as concentrações de vitamina D com os
parâmetros de ferro, e com as concentrações dos minerais cálcio, fósforo e do hormônio da paratireóide
em pacientes com Doença Renal Crônica em hemodiálise. Trata-se de uma estudo transversal que
avaliou 86 pacientes, de ambos os sexos, em terapia dialítica. Foram analisados dados
sociodemográficos e hábitos de vida, parâmetros antropométricos e estimado o consumo alimentar. A
determinação das concentrações de vitamina D foi realizada pelo método de
quimioluminescência. Os prontuários foram consultados para obtenção de informações acerca
dos exames bioquímicos: hemoglobina, ferritina, saturação de transferrina, ferro sérico, cálcio,
fósforo e PTH. As análises estatísticas foram processadas no programa Stata versão 14. A
pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (nº
3.993.938). Os resultados apontaram para aporte energético estatisticamente superior no sexo
masculino, 58,1% foram classificados como eutróficos. As concentrações de 25(OH)D2
compatíveis com suficiência na amostra. Foi revelado que 61,3% da amostra apresentava
anemia, mas não foi evidenciada associação significativa entre a presença de anemia e as
concentrações de 25(OH)D2. Os valores de fósforo e PTH estavam estatisticamente superiores
no grupo com insuficiência ou deficiência de 25(OH)D2 e apenas os níveis de PTH se
correlacionaram com as concentrações de 25(OH)D2. O estudo concluiu que as altas
concentrações de PTH e a sua associação negativa com a vitamina D podem ter contribuído
para o importante percentual de anêmicos constatado no estudo, pondo em destaque a influência
da vitamina D na supressão da síntese do PTH. A vitamina D, por seus efeitos benéficos no
controle da hipersecreção de PTH, na absorção de cálcio e fósforo poderia contribuir para uma
melhora do quadro anêmico e da hiperfosfatemia observados no estudo.