Há evidências de que o diabetes ocasiona desequilíbrios na
homeostase de alguns oligoelementos, como o zinco (Zn). A
suplementação de Zn parece modular de forma benéfica a
hiperglicemia e a hipoinsulinemia em ratos diabéticos. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da suplementação
com feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.) biofortificado
com zinco sobre o perfil lipídico, controle glicêmico e
marcadores de estresse oxidativo e inflamação em ratos. Foram
elaborados três artigos científicos: o primeiro foi um estudo
conduzido no campo experimental da Embrapa Meio-Norte com
24 cultivares de feijão-caupi, onde foram caracterizados os
teores de ferro, zinco e proteínas nos grãos de cultivares de
feijão-caupi e a influência da cor e do tamanho do grão nos
teores desses nutrientes; o segundo foi uma revisão sistemática,
utilizando a estratégia PICOS para a elaboração da pergunta
norteadora, seguindo as recomendações para revisões
sistemáticas e metanálise do PRISMA, com o objetivo de
analisar os efeitos da suplementação de zinco no controle
glicêmico e estresse oxidativo; o terceiro foi um estudo
experimental realizado com 70 ratos machos Wistar (Rattus
norvergicus), com o objetivo de avaliar o efeito da
suplementação com feijão-caupi biofortificado com zinco sobre
o perfil lipídico, controle glicêmico e marcadores de estresse
oxidativo e inflamação em ratos diabéticos. Os resultados são
apresentados de acordo com cada artigo. O primeiro estudo
concluiu que as cultivares de feijão-caupi Caldeirão, BRS
Guariba e Pingo de Ouro 1-2 apresentaram maior teor de ferro;
BRS Aracê e BRS Imponente, maior teor de zinco; BR 14-
Mulato, BRS Guariba, BRS Aracê e Inhuma, maior teor de
proteínas; e BR 3-Tracuateua e BRS Imponente, maior tamanho
de grão. O tamanho do grão não influencia nos teores de ferro,zinco e proteínas do feijão-caupi. A análise dos resultados da
revisão sistemática indicou potencial efeito benéfico da
suplementação de zinco no controle glicêmico e ação protetora
contra o estresse oxidativo no diabetes induzido por
estreptozotocina, O estudo experimental indicou redução da
glicemia e do percentual de HbA1c no grupo de animais
diabéticos tratados com insulina e feijão imponente (DII),
redução de IL-6 e PCR nos grupos DIA (diabéticos com insulina
e feijão-caupi Aracê) e DII; e aumento da atividade da enzima
SOD em todos os grupos tratados: DFA (diabetes e feijão-caupi
Aracê), DFI (diabetes e feijão-caupi Imponente), DI (diabetes e
insulina), DIA e DII. O zinco no plasma apresentou aumento
significante em todos os grupos: DFA, DFI, DI, DIA e DII; e o
zinco no eritrócito foi significativamente maior nos grupos:
DFA, DFI. A atividade de MPO plasmática foi
significativamente maior nos grupos DI e DII; e a MPO no
fígado foi significativamente. menor nos grupos DFI, DI, DIA e
DII. Conclui-se que a suplementação alimentar de feijão-caupi
biofortificado com zinco melhora o perfil glicídico, marcadores
de inflamação e de atividade antioxidante.