Alguns padrões dietéticos podem modular perfis de marcadores inflamatórios, o que evidencia o potencial papel da alimentação como uma ferramenta terapêutica em doenças com base inflamatória. Ainda não há tratamentos conclusivos para as DII’s, sendo a adesão à dieta uma das abordagens investigadas para o controle da progressão da doença. Nesta revisão avaliamos sistematicamente se as intervenções dietéticas são eficazes em atenuar os biomarcadores inflamatórios na DC e UC com base nos ensaios clínicos disponíveis na literatura. Esta revisão foi conduzida de acordo com as diretrizes do Relatório Preferencial Itens para revisões sistemáticas e meta-análises (PRISMA). Os bancos de dados utilizados foram Pubmed e SciVerse Scopus. A ferramenta de colaboração Cochrane foi usada para avaliar o risco de viés em ensaios clínicos. Esta revisão incluiu ensaios clínicos ou caso-controle sem limite de ano, em pacientes adultos de ambos os sexos que relacionaram alguma intervenção nutricional e processo inflamatório nas DII’s. Extração de dados: A revisão foi realizada por dois pesquisadores independentes de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. Foi utilizada a estratégia PICO (paciente, intervenção, comparação e desfechos) com os descritores: “Inflammatory bowel disease", "Crohn's disease", "cd", "ibd", "ulcerative colitis", "uc", "Diet", "Diet Habits", "Feeding", "Nutrients", "Food Intake", “Dietary patterns", "Inflammations", "Inflammation", "acute-phase proteins", "C-reactive protein", "interleukins", "tumor necrosis factor-alpha", "inflammatory response". Quinze estudos foram incluídos nesta revisão, com um total de 627 participantes, com tamanhos de amostras que variaram de 10 a 89 participantes e tempo de intervenção entre 20 dias à 16 semanas. As intervenções dietéticas variaram entre dietas de eliminação de componentes dietéticos; Dietas de inclusão de componentes dietéticos ou dietas que incluíram ambas estratégias. Do total de estudos
incluídos, sete mostraram redução em algum marcador inflamatório em resposta às intervenções dietéticas. Em geral, a qualidade dos artigos eram boas, mas o risco de viés em algumas categorias não era claro. Os resultados apresentados nesta revisão revelam o potencial de intervenções dietéticas específicas no controle do processo inflamatório presente nas doenças inflamatórias intestinais. Destacam-se a exclusão de componentes alimentares potencialmente alérgenos ou que possam desencadear intolerâncias, bem como a inclusão de alimentos específicos capazes de modular a inflamação. A incorporação dessas intervenções dietéticas como coadjuvante no tratamento de DII’s pode auxiliar no controle inflamatório e manutenção da remissão. No entanto, sugere-se que mais estudos prospectivos sejam realizados para apoiar as evidências já encontradas, além disso, deve-se considerar o tratamento para cada paciente de acordo com as respostas clínicas e inflamatórias individuais.