O handebol é um esporte que exige esforços físicos de alta intensidade, no qual
força máxima, potência e velocidade de arremesso são os principais determinantes do
sucesso em jogadores neste esporte. A análise e o monitoramento da composição corporal
é fundamental para acompanhar o desempenho de atletas e dentre os parâmetros usados
para avaliação da composição corporal, destaca-se a bioimpedância (BIA). Os dados de
ângulo de fase (AF), obtidos a partir da BIA, são utilizados em situações clínicas e
também tem sido associada ao desempenho de atletas. Por isso, o objetivo desse trabalho
é avaliar a associação entre AF e estado nutricional e desempenho de atletas de handebol.
Trata-se de um estudo transversal, com 43 atletas maiores de 18 anos, de ambos os sexos.
Todos os voluntários foram avaliados os seguintes parâmetros: avaliação antropométrica
e de composição corporal, salto, preensão manual, teste cardiorrespiratório e avaliação do
consumo alimentar. A partir dos resultados foi possível verificar uma correlação positiva
moderada e estatisticamente significativa entre ângulo de fase e massa livre de gordura (r
= 0,511; p = <0,001), correlação essa maior que com os parâmetros de IMC e % de
gordura corporal. Além disso, também houve correlação estatisticamente significativa e
positiva moderada entre AF e os testes de salto com agachamento (r = 0,376; p = 0,001)
e salto contramovimento (r = 0,543; p = <0,001), e com preensão manual através do
dinamômetro (mão dominante: r = 0,448; p = 0,003; mão não dominante: r = 0,445; p =
0,003), mas não houve correlação significativa com os testes 30-15 e VO² máx¹. Não
houve correlação do AF com o consumo alimentar. Conclui-se que o AF de corpo inteiro
foi relacionado tanto a massa livre de gordura, como com força e potência muscular. Além
disso, verificamos que AF regional não foi um melhor preditor de desempenho quando
comparado ao AF de corpo inteiro.