SOUSA, T. G. V. Avaliação do estado nutricional relativo ao cobre e sua relação com
marcadores do estresse oxidativo em mulheres com obesidade. 2022. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do
Piauí, Teresina-PI.
INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido
adiposo que favorece o desenvolvimento de desordens metabólicas, a exemplo do estresse
oxidativo. Nessa perspectiva, tem havido interesse em identificar a possível influência do
excesso do cobre na manifestação dessa desordem. OBJETIVO: O presente estudo avaliou o
estado nutricional relativo ao cobre e sua relação com marcadores do estresse oxidativo em
mulheres com obesidade. MÉTODOS: Estudo de natureza clínico e experimental,
envolvendo mulheres na faixa etária entre 20 e 50 anos de idade, sendo divididas em dois
grupos: grupo caso (IMC≥35kg/m2) (n=62) e grupo controle (IMC entre 18,5 e 24,9kg/m2)
(n=79). Foram aferidas medidas antropométricas, como peso e estatura, bem como realizado o
cálculo do índice de massa corpórea. O consumo alimentar foi obtido a partir do registro de
alimentos de três dias e analisado utilizando-se o programa Nutwin. A análise do cobre no
plasma e nos eritrócitos foi realizada por espectrometria de emissão óptica com plasma
acoplado indutivamente. As concentrações das enzimas superóxido dismutase e glutationa
peroxidase nos eritrócitos foram avaliadas em analisador bioquímico automático e a catalase
foi determinadas por meio de espectrofotometria. Além disso, foram determinadas as
concentrações séricas das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico. RESULTADOS: Na
avaliação do consumo alimentar, pôde-se verificar que não houve diferença estatística
significativa entre os grupos (p>0,05), em relação ao consumo de macronutrientes. A
quantidade de cobre encontrada nas dietas consumidas pelas mulheres com obesidade era
superior ao grupo controle, sendo que ambos os grupos ingeriam teor desse mineral superior
aos valores estabelecidos pela literatura. Na avaliação dos parâmetros bioquímicos referentes
ao cobre, os resultados revelaram que as mulheres com obesidade apresentaram concentrações
desse nutriente elevadas no plasma e reduzidas nos eritrócitos quando comparado ao grupo
controle, sendo que ambos os grupos tinham concentrações de cobre eritrocitária e plasmática
dentro do padrão de normalidade. A análise dos marcadores do estresse oxidativo revelou
valores de TBARS elevados, bem como atividade reduzida da enzima superóxido dimutase
eritrocitária nas mulheres com obesidade quando comparadas ao grupo controle (p<0,001).
Na análise de correlação linear entre, não verificou-se correlação entr os parâmetros de
avaliação do estado nutricional relativo ao cobre e as concentrações de TBARS, contudo os
dados revelram correlação negativa entre as concentrações de cobre no eritrócito e a atividade
da enzima antioxidante superóxido dismutase eritrocitária em ambos os grupos (p < 0,05).
CONCLUSÃO: As mulheres com obesidade possuem consumo de cobre superior e
concentrações elevadas do nutriente no plasma e reduzidas nos eritrócitos quando comparado
ao grupo controle. No entanto, o fato da concentração de cobre se encontrar dentro dos
valores de referência nesses componentes sanguíneos, sugere que a mesma não esteja
contribuindo para o aumento dos valores de TBARS, e consequentemente para elevar o
estresse oxidativo. Além disso, esse estudo revela correlação negativa entre as concentrações
do cobre nos eritrócitos e a atividade da enzima superóxido dismutase eritrocitária, sendo isso
provavelmente resultante da limitação da enzima CCS nessas células sanguíneas em fornecer
cobre para a estrutura molecular da enzima superóxido dismutase.