O sobrepeso e a obesidadevêmtornando-se um problemafrequenteempessoas com HIV/Aids desde a introdução da terapiaantirretroviral (TARV), com múltiplosefeitosadversos à saúde e de grandeimpacto no estadonutricional, tornando-se fundamental avaliar a dietanessecontexto. O objetivodesteestudofoiinvestigaraobesidade abdominal empessoasvivendo com HIV/Aids emuso de TARV e suarelação com padrõesalimentares. Trata-se de um estudo com abordagemquantitativa, de corte transversal, correspondendoaobaseline de um estudo de intervenção do tipoensaioclínicorandomizado, aprovadopeloComitê de ÉticaemPesquisa da Universidade Federal do Piauí (CEP/UFPI), com parecer de número 2.100.110. Foicontempladaumaamostra de 217 pacientes, ondeforamanalisadasinformaçõessocioeconômicas, demográficas, antropométricas e clínicas. Aobesidade abdominal foiavaliadapeloíndice de massa corporal - IMC, circunferência da cintura - CC e circunferência do pescoço- CP. O consumoalimentarfoiobtido por meio de recordatório de 24h e ospadrõesalimentaresidentificadospelométodo de AnáliseFatorial por ComponentesPrincipais. As análisesestatísticasforamrealizadas com auxílio do software Stata v.14.0, e aassociação dos padrõesalimentares com obesidade abdominal foitestada por regressão de Poisson com variânciarobusta e ajustada. Foramconsideradossignificativososresultados com nível de significância<5% (p < 0,05). Identificou-se quatropadrõesalimentares: “Café da manhã”, “Tradicional”, “Ocidental” e “Saudável” que se associaram à cor da pele, predominadoosnãobrancos (p=0,036); gênero, entre os do sexomasculino (p=0,004); faixaetária entre os que tinham 20-39 anos (p=0,005); escolaridade, principalmente entre os que tinhammais de 9 anos de estudo (p=0,000) e renda com maior valor per capita (p=0,013), respectivamente. Observou-se que 41,47% (90) dos participantestinhamexcesso de peso (IMC>25 Kg/m²). Entre as pessoas que apresentaramobesidade abdominal, 57,83% erammulheres, considerando CC aumentada (p=0,000), 68,75% eramhomens, considerados CP e 60% do mesmosexoconsiderando IMC, porém com valores de p nãosignificativos. Nãohouveassociação entre variáveissociodemográficas e clínicas com a CP, porém, notou-se associaçãosignificativa entre variáveisantropométricasindicativas de obesidade abdominal e pessoas que nãofumavam (p=0,041), com tempo de doença (p=0,031) e uso de TARV> 36 meses (p=0,023). Quantoaospadrõesalimentares, nãoforamidentificadasassociaçõesestatisticamentesignificativas com obesidade abdominal. Embora a composiçãonutricional da dietasejaimportante para manutenção da saúde e prevenção de DCNTs, o estudoavaliou que ospadrõesalimentaresnãoinfluenciamaobesidade abdominal das pessoas com HIV/Aids no presenteestudo, sofrendomaiorinfluência da terapiautilizada e do tempo de doença.