O excesso de peso e a obesidade vem aumentando em pessoas com HIV/Aids desde a introdução
da terapia antirretroviral (TARV), tornando-se fundamental avaliar a dieta nesse contexto. O
objetivo deste estudo foi investigar o excesso de peso e obesidade abdominal em pessoas vivendo
com HIV/Aids em uso de TARV e sua relação com padrões alimentares. Trata-se de um estudo
com abordagem quantitativa, transversal, correspondendo ao baseline de um ensaio clínico
randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí
(CEP/UFPI), com parecer de número 2.100.110. Entre os participantes (n= 217) foram analisadas
as informações socioeconômicas, demográficas, antropométricas (Índice de Massa Corporal –
IMC, circunferência da cintura - CC e circunferência do pescoço- CP) e clínicas. O consumo
alimentar foi obtido por meio de recordatório de 24h e os padrões alimentares identificados pelo
método de Análise Fatorial por Componentes Principais. Houve predominância de indivíduos
solteiros (71,90%), de cor não branca (76,90%), não fumantes (83,87%) e que não faziam uso de
bebida alcoólica (56,60%), predominando pessoas na Classe E -“baixa” (63,59%). O tempo de
doença em 64,25% dos participantes era maior que 36 meses e 47,47%, estavam no estágio
precoce da doença, com carga viral indetectável em 59,91% das pessoas e 29,96% faziam uso do
esquema “DTF/3TC/EFV”. Apresentaram excesso de peso (pelo IMC) e obesidade abdominal,
esta última identificada por meio da CC e CP, 41,47%, 38,25% e 29,49%, respectivamente.
Quanto à CC, identificou-se maior prevalência de obesidade abdominal em pessoas do sexo
feminino (57,83%, p <0,001), não fumantes (90,36%, p = 0,041), com tempo de doença >36 meses
(73,42%, p = 0,031) e com tempo de TARV > 36 meses (57,34%, p = 0,023). Já em relação à CP,
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não foram observadas diferenças nas proporções de obesidade abdominal com nenhuma das
variáveis. Identificou-se quatro padrões alimentares: “Café da manhã”, “Tradicional”, “Ocidental”
e “Saudável”. Embora após os ajustes as razões de prevalências não apresentaram valores
significativos para a amostra estudada, Embora a composição nutricional da dieta seja importante
para manutenção da saúde o estudo avaliou que o excesso de peso e obesidade abdominal das
pessoas com HIV/Aids, no presente estudo, possa ter maior influência da terapia utilizada e do
tempo de doença e não dos padrões alimentares.