SANTOS, L.R. Associação entre as concentrações dos minerais
(magnésio, selênio e cálcio) e o risco cardiometabólico em mulheres
com obesidade. 2024. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação
em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI.
A distribuição desproporcional do tecido adiposo no organismo tem
sido associada ao desenvolvimento de diversas comorbidades, sendo a
disfunção de tal tecido caracterizada pela hipertrofia de adipócitos,
redução da angiogênese, inflamação crônica de baixo grau, resistência
à insulina e dislipidemias, fatores de risco cardiometabólico
importantes. Na perspectiva da obtenção de conhecimentos acerca da
influência da nutrição na proteção cardiometabólica, pesquisas têm
investigado a participação de minerais, em particular magnésio, selênio
e cálcio, no controle de desordens presentes em indivíduos com
obesidade. Assim, esta tese teve como objetivo: 1) Esclarecer e
aprofundar conhecimentos a acerca do papel do magnésio na proteção
contra alterações cardiometabólicas presentes na obesidade; 2)
Verificar a associação entre parâmetros de minerais (magnésio, selênio
e cálcio) e marcadores do risco cardiometabólico em mulheres com
obesidade. No primeiro estudo, foi conduzida busca nas bases de dados
Pubmed, SciELO, and Science Direct, sendo incluídos artigos que
apresentavam foco na elucidação dos mecanismos envolvidos entre
fatores de risco cardiometabólico e indivíduos com obesidade e no
papel do magnésio na proteção contra tais fatores. O segundo estudo de
natureza observacional, analítico, do tipo caso-controle, envolveu 130
mulheres com idade entre 18 e 50 anos, que foram distribuídas em
grupos de acordo com o IMC: mulheres com obesidade (n=69) e grupo
controle (n=61). Nesse estudo foram avaliadas as concentrações
plasmáticas, eritrocitárias e urinárias dos minerais (magnésio, selênio e
cálcio), as concentrações séricas de marcadores do perfil lipídico
(colesterol total, triacilgliceróis, HDL-c, LDL-c, não-HDL-c), perfil
glicêmico (glicemia em jejum, insulina, HbA1c, HOMA-IR) e
inflamatórios (interleucina 6 e interleucina 8). Os resultados revelaram
alterações na homeostase dos minerais magnésio, selênio e cálcio, com
aumento de suas excreções na urina nas mulheres com obesidade, bem
como parâmetros do risco cardiometabólico elevados. Houve uma
correlação positiva entre os biomarcadores do estado nutricional
relativo aos minerais e os parâmetros antropométricos avaliados. Os
resultados sugerem que o excesso de adiposidade contribui para a
manifestação da deficiência verificada nos minerais analisados, bem
como o impacto de tal deficiência na acentuação do risco
cardiometabólico na população avaliada. Essa pesquisa permite inferir
a associação da deficiência nos minerais (magnésio, selênio e cálcio)
com o aumento do risco cardiometabólico nas mulheres com obesidade.