SILVA, N. C. Biomarcadores do Cobre e sua Relação com Parâmetros da Resistência à
Insulina em Mulheres com Obesidade. 2024. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI.
INTRODUÇÃO: A disfunção do tecido adiposo na obesidade contribui para a manifestação
de desordens metabólicas, a exemplo da resistência à insulina e alteração no metabolismo de
nutrientes, como o cobre. A ação pró-oxidante do cobre tem sido apontada como fator
contribuinte para alteração da via de sinalização da insulina, no entanto, ainda com resultados
inconclusivos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o estado nutricional relativo ao cobre
e sua relação com parâmetros do controle glicêmico em mulheres com obesidade.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo clínico observacional, do tipo caso-controle, com
mulheres na faixa etária entre os 20 a 50 anos de idade, as quais foram distribuídas em dois
grupos: controle (mulheres eutróficas = 119) e caso (mulheres com obesidade = 84). Foram
realizadas as aferições de peso corporal, estatura, circunferências da cintura, quadril e pescoço
e a determinação da relação cintura-quadril, cintura-estatura e índice de conicidade. A avaliação
do consumo alimentar foi obtida a partir do registro de alimentos de três dias e analisados
utilizando-se o programa Nutwin versão 1.5. A análise do cobre no plasma e nos eritrócitos foi
realizada por espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente e a
atividade da ceruloplasmina foi determinada em espectrofotômetro. Para análise dos
parâmetros do controle glicêmico, a glicemia de jejum, hemoglobina glicada e insulina de jejum
foram analisados segundo os métodos enzimático calorimétrico, cromatografia de troca iônica
e quimioluminescência, respectivamente. O índice HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment
of Insulin Resistance) foi determinado por meio de cálculo matemático. Os dados foram
analisados por meio do programa estatístico SPSS for Windows 22.0. RESULTADOS: Na
avaliação do consumo alimentar, pôde-se verificar que não houve diferença estatística
significativa entre os grupos (p>0,05), em relação ao consumo de energia, macronutrientes e
cobre. Na avaliação dos parâmetros bioquímicos referentes ao cobre, as mulheres com
obesidade apresentaram concentrações de cobre superiores no plasma (114,33 ± 6,13 μg/dL) e
inferiores nos eritrócitos (54,99 ± 5,69 μg/dL) quando comparado ao grupo controle, porém
dentro do padrão de normalidade. A análise dos parâmetros de controle glicêmico revelou
diferença estatística significativa para glicemia de jejum (p<0,05) entre os grupos. O estudo
identificou uma correlação fraca positiva significativa entre o cobre plasmático e os valores de
insulina de jejum (r = 0,329; p = 0,003) e índice de HOMA-IR (r = 0,341; p = 0,002).
CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo demostram que as mulheres com obesidade
apresentam concentrações de cobre elevadas no plasma e inferiores nos eritrócitos. Além disso,
a correlação positiva significativa entre o cobre plasmáticos e a insulina de jejum e índice de
HOMA-IR sugere influência desse mineral nos parâmetros de controle glicêmico nas mulheres
com obesidade.