Introdução: O buriti (Mauritia flexuosa L.f.), uma palmeira nativa das regiões tropicais da América do Sul, possui grande importância ecológica e econômica. O fruto é rico em substâncias bioativas com alto potencial tecnológico e funcional. A polpa contém ácidos oleico, palmítico, linoléico, araquidônico, palmitoleico e esteárico, com destaque para o óleo extraído, rico em ácidos graxos oleico, palmitoleico e tocoferóis. O epicarpo, a camada externa do fruto, atrai pesquisadores devido ao alto conteúdo de compostos bioativos com diversas aplicações biotecnológicas. Estudos têm investigado suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e nutritivas, visando desenvolver novos produtos que possam beneficiar a saúde e o bem-estar das pessoas. Objetivo: Investigar a constituição química, o potencial dos compostos bioativos e as aplicações biotecnológicas dos coprodutos do epicarpo do buriti. Metodologia: A pesquisa foi estruturada em cinco etapas e capítulos, no Capítulo 1 foi realizado o processo de obtenção dos coprodutos do epicarpo. No capítulo 2 foi realizada a caracterização e quantificação dos compostos presentes nos coprodutos por CG-EM, no capítulo 3 avaliou-se o efeito dos fitoesteróis e fitoestanóis na prevenção das dislipidemias por meio de evidências experimentais e clínicas, no capítulo 4 foi realizado a obtenção de bioformulações contendo os coprodutos do epicarpo do buriti e por fim no capítulo 5 realizou-se a aplicação experimenal em peixe-zebra para avaliar toxicidade e parâmetros bioquímicos após indução de hiperglicemia. E a avaliação da capacidade antioxidante e citotoxicidade in vitro dos coprodutos. Resultados: Os produtos desta tese encontram-se apresentados em cinco capítulos. O capítulo 1 descreve uma Patente relacionada ao processo de obtenção dos coprodutos do epicarpo, por meio de processos de maceração, saponificação e metilação, foram obtidos um extrato oleoso e uma fração apolar. No capítulo 2 obteve-se um apanhado de dados oriundos da caracterização e quantificação dos compostos presentes nos coprodutos do epicarpo da Mauritia flexuosa por CG-EM. O extrato contém ácidos graxos monoinsaturados e saturados, fitosteróis e tocoferóis e a fração apolar é rica em fitoesteróis, tocoferóis, terpenos e terpenóides. No capítulo 3 traz uma revisão integrativa sobre o efeito dos fitoesteróis e fitoestanóis na prevenção das dislipidemias, no capítulo 4 foi descrito uma patente relacionada à obtenção de bioformulações contendo os coprodutos e por fim no capítulo 5 obteve-se dados, por meio de um estudo experimental com peixe-zebra para avaliar toxicidade e parâmetros bioquímicos após indução de hiperglicemia. E a avaliação da capacidade antioxidante e citotoxicidade in vitro dos coprodutos. Ambos os coprodutos foram analisados quanto à capacidade antioxidante e toxicidade in vivo, definindo as melhores concentrações para bioformulações. As bioformulações, testadas em peixezebra, destacaram-se por suas atividades antioxidantes, hipolipemiantes, hipoglicemiantes, cardioprotetoras e quimiopreventivas. Conclusão: A pesquisa destacou o grande potencial tecnológico e funcional dos coprodutos extraídos do 26 epicarpo do buriti. Em cinco capítulos, a investigação revelou descobertas significativas sobre a constituição química e as aplicações biotecnológicas dos compostos bioativos do epicarpo, como ácidos graxos, fitosteróis, tocoferóis, terpenos e terpenóides. Estudos experimentais e clínicos demonstraram os benefícios dos fitoesteróis e fitoestanóis na prevenção de dislipidemias, e as bioformulações desenvolvidas mostraram-se promissoras, com atividades antioxidantes, hipolipemiantes, hipoglicemiantes, cardioprotetoras e quimiopreventivas. A aplicação em peixe-zebra confirmou a segurança e eficácia dos coprodutos, indicando um grande potencial para futuras aplicações biotecnológicas e desenvolvimento de novos produtos, e reforçando a importância ecológica e econômica do buriti.