Parâmetros Bioquímicos Relativos ao Magnésio e sua Relação com Resistência à Insulina em Mulheres Obesas
Obesidade. Magnésio. Resistência à Insulina.
INTRODUÇÃO: Estudos têm mostrado concentrações plasmáticas reduzidas de magnésio em indivíduos obesos, o que parece contribuir para a manifestação da resistência à insulina presente nesses pacientes. Portanto, este estudo avaliou a relação entre parâmetros bioquímicos relativos ao magnésio e a resistência à insulina em mulheres obesas. MÉTODOS: Estudo caso-controle, envolvendo 114 mulheres, com idade entre 20 e 50 anos, sendo distribuídas em dois grupos: grupo caso (obesas, n=55) e grupo controle (mulheres saudáveis, n=59). Foram realizadas medidas do índice de massa corpórea e da circunferência da cintura, bem como analisados a ingestão de magnésio, concentrações plasmáticas, eritrocitárias e urinárias desse mineral, além dos parâmetros glicêmicos. A análise da ingestão de magnésio foi realizada por meio do registro alimentar de três dias, utilizando o software Nutwin versão 1.5. As concentrações do magnésio plasmático, eritrocitário e urinário foram determinadas segundo o método de espectrofotometria de absorção atômica de chama (λ= 285,2). As determinações da glicose e insulina séricas foram realizadas pelo método enzimático colorimétrico e de quimioluminescência, respectivamente. A resistência à insulina foi avaliada por meio do índice HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance). Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS for Windows 18.0. RESULTADOS: Os valores médios do consumo de magnésio estavam inferiores às recomendações, sem diferença estatística entre os grupos estudados (p>0,05). As concentrações médias do magnésio plasmático foram de 0,81 ± 0,06 mmol/L para as obesas e de 0,79 ± 0,06 mmol/L para o grupo controle (p>0,05). A média do magnésio eritrocitário foi de 2,59 ± 0,41 mmol/L e de 2,53 ± 0,30 mmol/L para as obesas e para o grupo controle, respectivamente (p>0,05). A excreção urinária deste mineral foi inferior aos valores de referência em ambos os grupos, sem diferença significativa (p>0,05). As concentrações médias de glicose e insulina séricas foram respectivamente, 97,57 ± 19,89 mg/dL e 23,78 ± 8,09 µU/mL para as obesas e 81,71 ± 7,56 mg/dL e 13,48 ± 4,91 µU/mL para o grupo controle. Os valores médios do HOMA-IR foram de 5,91 ± 3,00 para as obesas e de 2,73 ± 1,06 para o controle, com diferença significativa entre os grupos (p<0,05). Houve correlação negativa entre o magnésio eritrocitário e os parâmetros glicêmicos avaliados (p<0,05). CONCLUSÃO: A partir dos resultados deste estudo, pôde-se concluir que as pacientes obesas ingerem baixo teor dietético de magnésio, o que parece induzir a hipomagnesúria como mecanismo compensatório para manter as concentrações plasmáticas do mineral em valores adequados. Associado a isso, o estudo revela uma correlação negativa entre as concentrações eritrocitárias desse mineral e os parâmetros do controle glicêmico, sugerindo a influência do magnésio sobre o índice de resistência à insulina nas mulheres obesas avaliadas,