Status do Magnésio e sua Relação com Marcador Inflamatório em Mulheres Obesas
Obesidade. Magnésio. Proteína C reativa.
INTRODUÇÃO: Estudos têm mostrado concentrações plasmáticas reduzidas de magnésio em indivíduos obesos. Nesse sentido, a deficiência de magnésio parece constituir-se em uma importante causa de ativação de vias pró-inflamatórias, sendo associada ao desenvolvimento de um estado inflamatório crônico de baixo grau presente na obesidade. Assim, este estudo avaliou a relação entre o status do magnésio e a proteína C reativa em mulheres obesas. MÉTODOS: Estudo transversal, envolvendo 131 mulheres, com idade entre 20 e 50 anos, sendo distribuídas em dois grupos: grupo caso (obesas, n=65) e grupo controle (mulheres eutróficas, n=66). Foram realizadas medidas do índice de massa corpórea e da circunferência da cintura, bem como analisadas a ingestão de magnésio, concentrações plasmáticas, eritrocitárias e urinárias desse mineral, além da proteína C reativa sérica. A análise da ingestão de magnésio foi realizada por meio do registro alimentar de três dias, utilizando o programa Nutwin versão 1.5. As concentrações do magnésio plasmático, eritrocitário e urinário foram determinadas segundo o método de espectrofotometria de absorção atômica de chama (λ= 285,2). A determinação da proteína C reativa sérica foi realizada por turbidimetria. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS for Windows 20.0. RESULTADOS: Os valores médios do consumo de magnésio estavam inferiores às recomendações, sem diferença estatística entre os grupos estudados (p>0,05). As concentrações médias do magnésio plasmático foram de 0,78 ± 0,08 mmol/L para as obesas e de 0,77 ± 0,07 mmol/L para o grupo controle (p>0,05). A média do magnésio eritrocitário foi de 2,44 ± 0,49 mmol/L e de 2,43 ± 0,38 mmol/L para as obesas e para o grupo controle, respectivamente (p>0,05). A excreção urinária deste mineral foi inferior aos valores de referência em ambos os grupos, sem diferença significativa (p>0,05). A concentração média de proteína C reativa foi respectivamente, 2,37 ± 1,98 mg/L e 1,78 ± 0,50 mg/L para as obesas e para o grupo controle (p>0,05). Houve correlação positiva entre o magnésio urinário e a proteína C reativa sérica (p<0,05). CONCLUSÃO: A partir dos resultados deste estudo, pode-se concluir que as pacientes obesas ingerem teor dietético reduzido de magnésio, o que parece induzir a hipomagnesúria como mecanismo compensatório para manter as concentrações plasmáticas do mineral em valores adequados. Associado a isso, o estudo revela uma correlação positiva entre as concentrações urinárias desse mineral e a proteína C reativa sérica, sugerindo a influência da hipomagnesúria sobre essa proteína inflamatória nas mulheres obesas avaliadas.