Pastagens consorciadas: produção de forragem, comportamento e desempenho de caprinos e ovinos
capim-andropogon, calopogônio, estilosantes Campo Grande,estrutura do pasto, ganho de peso, valor nutritivo
Pastagens consorciadas: produção de forragem, comportamento e desempenho de caprinos e ovinos
Resumo: Objetivou-se neste trabalho avaliar pastagens de capim-andropógon em monocultivo, capim-andropógon consorciado com estilosantes Campo Grande e com calopogônio quanto a estrutura do pasto, valor nutritivo, qualidade da dieta, comportamento de pastejo, consumo e desempenho de caprinos e ovinos. O delineamento adotado foi em blocos ao acaso, com três tratamentos arranjados em um esquema de parcelas subdivididas no tempo com dois ciclos de pastejo. As pastagens foram manejadas com caprinos no primeiro ano e ovinos no segundo ano, sob lotação rotacionada, o período de pastejo foi de quatro dias de ocupação e 28 dias de descanso. A massa de forragem e as características estruturais do pasto foram estimadas em quatro piquetes (repetições) de pastejo em cada ciclo de coleta, e o valor nutricional pela coleta de amostras simulando o pastejo dos animais, para determinar os teores de MS, PB, FDN, FDA, NDT, DIVMS e DIVMO. Para avaliar o desempenho, foram realizadas pesagens dos animais a cada 15 dias, após jejum prévio de 12 horas. O comportamento de pastejo dos caprinos e ovinos foi avaliado durante os quatro dias de pastejo. Para avaliação do comportamento, consumo e desempenho foram utilizados quatro animais teste (repetições). Foi realizado analise de variância e teste de comparação de médias adotando 5% de probabilidade. Não houve interação entre tratamentos e ciclos quanto a massa de forragem e altura do pasto no primeiro ano. O modelo de cultivo não influenciou a altura do dossel e a massa de forragem; a participação das leguminosas foi aproximadamente 58% nas pastagens consorciadas. Tanto a massa de forragem quanto a altura foram menores no ciclo 2, a queda na massa de forragem foi cerca de 60%. Maiores teores de PB e DIVMS e DIVMO foram observados nos pastos consorciados. O comportamento de pastejo, ruminação, freqüência de ingestão de gramínea e de leguminosa apresentaram interação significativa entre os tratamentos e ciclos, não tendo efeito significativo para ócio, deslocamento e taxa de bocados dos caprinos. O consumo de forragem pelos caprinos foi maior nas pastagens consorciadas, contudo não houve diferenças quanto ao ganho médio diário. No experimento com ovinos, não houve interação entre tratamentos e ciclos quanto a massa de forragem e estrutura do pasto que também não foram influenciados por tratamentos e ciclos, exceto para altura do dossel. A participação das leguminosas nas pastagens consorciadas superou as gramíneas com valores de 60%. A interação entre os tipos de pastagens e ciclos foram significativas para os teores de PB, FDN, FDA e hemicelulose, no segundo ano. No capim-andropógon maiores teores de PB ocorreram no ciclo 2, o teor de PB nas leguminosas foi acima de 18% nos dois ciclos. Quanto a DIVMS e DIVMO, o estilosantes foi superior a todas as outras forragens. Maior consumo de forragem foi registrado nas pastagens consorciadas, em relação ao ganho médio diário os maiores valores foram obtidos no consórcio com estilosantes. O valor nutritivo e o desempenho de caprinos e ovinos são melhores em pastagens de capim-andropógon consorciadas com estilosantes e calopogônio.