A relação entre o homem e o cavalo existe há séculos, dentre as suas múltiplas funções ao longo tempo tem se destacado a prática esportiva, uma das mais populares e difundidas no Nordeste é a vaquejada, com poucos estudos sobre os seus efeitos sobre os equinos atletas. Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do transporte e da competição de vaquejada no perfil bioquímico de equinos que sofreram deslocamentos em curtas e longas distâncias. Foram utilizados 20 equinos da raça Quarto de Milha, 15 machos e 5 fêmeas, com idade média de 9,7 anos, que participaram de competições de vaquejada em Estados da Região Nordeste. Os animais foram divididos em dois grupos cada um com 10 animais, que participaram em competições no mesmo local de origem, grupo local (GL) e o outro grupo de animais que se deslocavam para competições com mais de 400 km, grupo transportado (GT). As coletas foram realizadas 24 horas antes do transporte e exercício (M0), 12 a 24 horas (M1), 36 a 48 após (M2) e 5 dias (M3) após o transporte e competição de vaquejada. Foram aferidas as frequências respiratória e cardíaca e a temperatura retal. Determinouse as concentrações de AST, LDH, CK, glicose, ácido úrico, lactato, magnésio, proteínas totais, albumina, ferro sérico, Capacidade Total (CTLF) e latente (CLLF) de ligação do ferro, índice de saturação da transferrina (IST) e transferrina estimada, por métodos cinéticos e colorimétricos. O teste de Wilcoxon foi utilizado para avaliar o efeito dos grupos, o teste de Friedman para avaliar o efeito dos momentos e foi avaliada a correlação de Spearman , todos com nível de significância de 5%. Houve efeito da vaquejada e do transporte entre momentos para a variável glicose, que reduziu no GT no M1 (p-valor=0,002) e elevou-se no M3 (p-valor=0,016) do GL, em relação ao M0. No GT a AST aumentou no M1 (p=0,018). Diferença estatística entre grupos foi observada para a LDH (p-valor=0.027) no M2 e no M3 para transferrina (p-valor=0.022), glicose (p-valor=0.007) e CTLF (p-valor=0.022). Todas as alterações estiveram dentro dos limites de variação fisiológica da espécie. Concluindo-se que o exercício e o transporte promovem interferência no perfil bioquímico dos equinos participantes de provas de vaquejada que apesar de discretas podem se manifestar por até 5 dias após a competição e que o transporte mostra-se como um fator agravante do desgaste promovido pela participação nas vaquejadas.