Objetivou-se avaliar o consumo e a digestibilidade de nutrientes, o balanço de nitrogênio, o comportamento ingestivo, o desempenho produtivo, os parâmetros fisiológicos, as características da carcaça, o perfil fermentativo e a emissão in vivo e in vitro de metano entérico em ovinos alimentados com dietas contendo líquido da casca da castanha do caju (LCC). Foram realizados três ensaios experimentais. No primeiro ensaio foram utilizados 40 ovinos com 26 ± 2,4 kg de peso corporal inicial, aos cinco meses de idade, distribuídos em delineamento em blocos casualizados com dez animais por tratamento. No segundo ensaio foram utilizados quatro ovinos distribuídos em um delineamento em quadrado latino 4×4. Em ambos os ensaios, os ovinos foram alimentados com dietas contendo 0; 7,50; 15,0 e 22,5 g/kg de LCC na matéria seca (MS) da dieta. O terceiro foi um ensaio in vitro de produção de gases, conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com quatro níveis de LCC e quatro inóculos preparados com os animais utilizados no segundo ensaio. A inclusão de LCC a dieta dos ovinos não afetou o consumo de MS (p=0,655), MO (p=0,630), PB (p=0,945), FDN (p=0,237), FDA (p=0,622). Para os parâmetros de medidas metabólicas, o consumo de N foi linearmente menor (p=0,0071) e redução linear (P<0001) para o N excretado nas fezes, porém o balanço de N não foi influenciado pela inclusão de LCC nas dietas (p=0,613). Os ovinos gastaram mais tempo com alimentação e ruminação e menos tempo em ócio com a inclusão de LCC. As concentrações séricas de proteína total (p = 0,323), glicose (p = 0,08) e GGT (p=0,363) não foram significativas. Houve redução linear nas concentrações de colesterol (P=0,002) e creatinina (P=0,021). As variáveis fisiológicas foram influenciadas (P<0,05) em função do horário de observação e pela inclusão do LCC na dieta, quanto a diferença de temperatura superficial do flanco direito e esquerdo foram observados. A produção de CH4 (L/d) entérico in vivo diminuiu linearmente (P = 0,01). Houve aumento na produção de propionato (P = 0,01) e aumento quadrático na concentração de N-NH3 (P = 0,008). A inclusão de LCC reduziu linearmente a produção de gases (PG) mL/gMS e a PG mL/MOD à medida que os níveis do LCC foram elevados. A matéria orgânica verdadeiramente degradada (MOVD) e a produção in vitro de CH4 mL/gMS e o CH4 mL/gMOD não sofreram interferências (P>0,05) do LCC. O total da concentração de ácidos graxos de cadeia curta reduziu linearmente (P = 0,014). Assim como, reduziu linearmente as concentrações de acetato (P = 0,017), proprionato (P = 0,002), valerato (P = 0,005) e isovalerato (P = 0,021). A relação entre acetato e proprionato foi linearmente menor (P = 0,009), o pH não sofreu alterações, já a concentração de N-NH3 mg/100mL foi reduzida linearmente (P=0,04) com adição dos níveis de LCC. A inclusão do LCC até o nível de 22,5 g/kg de LCC na MS da dieta total para ovinos, em substituição ao milho, proporcionou GMD de 257 g/dia, sem interferências no consumo e na digestibilidade dos principais nutrientes, com menor excreção de N nas fezes e redução de CH4 entérico. Entretanto, acarretou na redução dos rendimentos de carcaça, estando o nível de inclusão dependente do valor do milho a ser incluído na dieta.