A cárie radicular aumentou em prevalência na população idosa com o aumento da expectativa de vida e a manutenção de um maior número de elementos dentários nessa faixa etária. A dentina é mais susceptível à cárie que o esmalte e apresenta melhor resposta a elevadas concentrações de fluoretos (F). O estudo objetivou avaliar o efeito de dentifrício com alta concentração de F na desmineralização e remineralização de dentina radicular. Trata-se de uma pesquisa experimental in situ, randomizada, cega, cruzada e do tipo boca dividida para avaliar desmineralização e remineralização de dentina. Os desafios cariogênicos foram realizados com sacarose 20% três e oito vezes ao dia nos blocos desmineralizados e hígidos, respectivamente. Os tratamentos foram realizados com dentifrício contendo 0 ppm F, 700 ppm F, 1300 ppm F e 5000 ppm F. Cento e sessenta blocos de dimensões 4x4x2 mm foram confeccionados a partir do terço cervical radicular. A dureza foi realizada com um endentador Knoop a 5gf por 5 segundos e apresentou média de 45,16 ± 6,41kg / mm2. Do total de blocos, metade foi submetido à desmineralização e a outra metade foi submetida à remineralização. Após as etapas experimentais, foram calculadas a porcentagem de perda de dureza de superície e a porcentagem de recuperação de dureza de superfície. A análise estatística foi realizada pelo programa Statistical Analisis System (SAS 9.0) com análise de variância por ANOVA um fator e Teste de Tukey, p≤ 0,05. Na desmineralização, os resultados mostraram maior efeito protetor do dentifrício de alta concentração, porém sem diferença estatisticamente significativa do dentifrício 1300 ppm F. Na remineralização, o dentifrício de alta concentração foi expressivamente superior na capacidade de reposição mineral. Portanto, o uso do dentifrício 5000 ppm F é importante na prevenção e no tratamento de cárie radicular.