RESUMO |
ABSTRACT |
KEY-WORDS Peri-implant diseases. Genetic polymorphism. Cytokines. Meta-analysis. Bayesian approach. |
PRESS RELEASE PARA PUBLICAÇÃO EM JORNAL DE CIRULAÇÃO
Pesquisa da Universidade Federal do Piauí utilizou métodos Bayesianos para reavaliar associações entre variações genéticas e complicações em implantes dentários
Um estudo inovador realizado pelos pesquisadores Haline Alves da Silva e Daniel Fernando Pereira Vasconcelos, do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), investigou como variações genéticas em citocinas — proteínas envolvidas na resposta inflamatória — podem aumentar o risco de doenças peri-implantares, como a peri-implantite. A pesquisa, que combinou revisão sistemática e métodos estatísticos Bayesianos, revelou que, atualmente, não há dados notórios que permitam afirmar que polimorfismos em genes como IL-1A e IL-1β podem estar associados a maior suscetibilidade às doenças peri-implantares.
Metodologia pioneira destaca limitações de estudos anteriores A pesquisa avaliou 1.137 estudos publicados até 2025, selecionando 15 metanálises para reavaliação sistemática. Dessas, oito foram submetidas a cálculos Bayesianos, que são a Probabilidade de Falso Positivo (FPRP) e a Probabilidade Bayesiana de Falsa Descoberta (BFDP), abordagens que avaliam a robustez das associações genéticas. Os resultados não mostraram dados dignos de nota a partir dos cálculos Bayesianos.
A heterogeneidade entre os estudos — como diferenças nos critérios diagnósticos e na composição étnica das amostras — foi apontada como um fator crítico que compromete a confiabilidade de análises tradicionais. "Abordagens Bayesianas permitem incorporar incertezas e informações prévias, oferecendo uma avaliação mais realista das evidências", explica a autora Haline Alves da Silva, orientada pelo Prof. Dr. Daniel Fernando Pereira Vasconcelos e co-orientada pelo Prof. Dr. Felipe Rodolfo Pereira da Silva.
Fatores ambientais e genéticos: um equilíbrio necessário As doenças peri-implantares, que afetam até 20% dos pacientes com implantes dentários, são influenciadas por uma complexa interação entre genética e ambiente. O estudo destacou que, apesar da ausência de dados dignos de nota (resultado influenciado pelo desenho metodológico dos estudos disponíveis na literatura científica), não se pode descartar a possível interferência genética e imunológica na fisiopatologia das doenças peri-implantares. Além dessa possível influência, fatores como higiene bucal inadequada, tabagismo e histórico de periodontite são determinantes para o desencadeamento das doenças.
A pesquisa também identificou que a falta de padronização nos critérios diagnósticos (como a definição de "peri-implantite" ou "falha de implante") e a sub-representação de populações diversas em estudos genéticos limitam a aplicação clínica dos resultados. "Precisamos de protocolos uniformes e amostras multicêntricas para validar esses marcadores genéticos", ressalta Haline Silva, mestra em Odontologia.
Implicações para a prática clínica e políticas públicas Os achados reforçam a necessidade de estratégias integradas para prevenção e tratamento:
· Triagem genética: Pacientes com histórico familiar de peri-implantite ou periodontite poderiam se beneficiar de testes genéticos para avaliação de risco. · Padronização de critérios: Definições claras de doenças peri-implantares e métodos diagnósticos são urgentes para melhorar a comparabilidade entre estudos. · Educação em saúde: Campanhas sobre higiene bucal, controle do tabagismo e acompanhamento pós-implante são essenciais para reduzir complicações.
Caminhos para pesquisas futuras O estudo sugere a priorização de protocolos padronizados para investigação das doenças peri-implantares, com objetivo de traduzir os achados científicos em condutas clínicas confiáveis. "A personalização de tratamentos, considerando fatores genéticos e ambientais (o estilo de vida do paciente), é o futuro da odontologia", conclui a pesquisadora.
Sobre a pesquisa: O estudo foi parte da dissertação de mestrado de Haline Alves da Silva, defendida no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFPI, sob orientação do Prof. Dr. Daniel Fernando Pereira Vasconcelos.
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PROJETO DE PESQUISA AO QUAL O PROJETO ESTÁ VINCULADO |
MEMBROS DA BANCA Membro externo: Even Herlany Pereira Alves Membro externo: Felipe Rodolfo Pereira da Silva |