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Banca de DEFESA: HALINE ALVES DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HALINE ALVES DA SILVA
DATA: 13/03/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Online (Plataforma Google Meets)
TÍTULO: POLIMORFISMOS GENÉTICOS EM CITOCINAS E O RISCO DE DOENÇAS PERI-IMPLANTARES: REAVALIAÇÃO SISTEMÁTICA E ABORDAGENS BAYESIANAS
PALAVRAS-CHAVES: Doenças peri-implantares. Polimorfismo genético. Citocinas. Metanálise. Abordagem Bayesiana.
PÁGINAS: 57
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO:

RESUMO
Introdução:
Doenças peri-implantares são condições inflamatórias associadas a biofilme bacteriano, com prevalência estimada em 20% (nível do paciente) e 11,5% (nível do implante). Citocinas pró-inflamatórias desempenham papel central na patogênese das doenças peri-implantares e polimorfismos genéticos podem influenciar a suscetibilidade individual. Metanálises tradicionais têm invetigado a associação desses polimorfismos e o risco de doenças peri-implantares, mas têm limitações, como superestimação de efeitos e falsos positivos. Objetivo: Avaliar as associações entre polimorfismos em genes de citocinas e o risco de doenças peri-implantares. Métodos: Foram incluídos estudos metanalíticos sobre a associação entre polimorfismos em genes de citocinas e o risco de doenças peri-implantares, das bases de dados PubMed/MedLine, Web of Science, Google Scholar, Scopus e Embase. Na reavaliação Bayesiana, foram incluídas metanálises com dados completos para cálculos Probabilidade de Taxa de Falso Positivo (FPRP) e Probabilidade Bayesiana de Falsa Descoberta (BFDP). Dados extraídos incluíram variantes genéticas, modelos estatísticos e tamanho amostral. A credibilidade foi avaliada por critérios de Ioannidis et al. (2008). Foram construídas redes de interação gene-gene/proteína-proteína. Resultados: Dos 1.137 estudos identificados, 15 foram incluídos na reavaliação sistemática, dos quais oito foram incluídos na reavaliação Bayesiana. Polimorfismos em IL-1A (rs1800587) e IL-1β (rs1143634) apresentaram FPRP ≤ 0,02 e BFDP ≤ 0,991, indicando maior robustez, enquanto TNF-α (rs1800629) mostrou alta probabilidade de falso positivo (FPRP=0,159; BFDP=0,999). Heterogeneidade elevada (I² > 50%) e critérios diagnósticos inconsistentes comprometeram a validade. Redes de interação destacaram genes centrais (IL4, IL6, IL10, TNF) na modulação inflamatória. Conclusão: Abordagens Bayesianas evidenciaram fragilidades metodológicas nas metanálises, como heterogeneidade e viés de seleção. Apesar da relevância biológica das citocinas, a certeza da evidência foi baixa. Futuros estudos devem integrar métodos robustos, padronização de fenótipos e controle de confundidores para melhor tradução clínica.

ABSTRACT
Introduction: Peri-implant diseases are inflammatory conditions associated with bacterial biofilm, with an estimated prevalence of 20% (patient-level) and 11.5% (implant-level). Pro-inflammatory cytokines play a central role in the pathogenesis of peri-implant diseases, and genetic polymorphisms may influence individual susceptibility. Traditional meta-analyses have investigated the association between these polymorphisms and peri-implant disease risk but are limited by issues such as effect overestimation and false-positive outcomes. Aim: To evaluate the associations between cytokine gene polymorphisms and the risk of peri-implant diseases. Methods: Meta-analytic studies on the association between cytokine gene polymorphisms and peri-implant disease risk were included from PubMed/MedLine, Web of Science, Google Scholar, Scopus, and Embase. For Bayesian reanalysis, meta-analyses with complete data for False-Positive Report Probability (FPRP) and Bayesian False Discovery Probability (BFDP) calculations were selected. Extracted data included genetic variants, statistical models, and sample size. Credibility was assessed using Ioannidis criteria (strength of evidence, replication, and bias protection). Gene-gene/protein-protein interaction networks were constructed. Results: Of 1,137 identified studies, 15 were included in the systematic reassessment, with eight undergoing Bayesian reanalysis. Polymorphisms in IL-1A (rs1800587) and IL-1β (rs1143634) demonstrated robust associations (FPRP ≤ 0.02; BFDP ≤ 0.991), whereas TNF-α (rs1800629) exhibited a high probability of false positivity (FPRP = 0.159; BFDP = 0.999). Elevated heterogeneity (> 50%) and inconsistent diagnostic criteria compromised validity. Interaction networks highlighted central inflammatory modulators (IL4, IL6, IL10, TNF). Conclusion: Bayesian approaches revealed methodological weaknesses in meta-analyses, including heterogeneity and selection bias. Despite the biological relevance of cytokines, the certainty of evidence was low. Future studies should integrate robust methods, phenotype standardization, and confounder control to enhance clinical translation.

KEY-WORDS Peri-implant diseases. Genetic polymorphism. Cytokines. Meta-analysis. Bayesian approach.

PRESS RELEASE PARA PUBLICAÇÃO EM JORNAL DE CIRULAÇÃO

Estudo brasileiro estudou a influência de variações genéticas no risco de doenças peri-implantares e destaca falhas em análises tradicionais

 

Pesquisa da Universidade Federal do Piauí utilizou métodos Bayesianos para reavaliar associações entre variações genéticas e complicações em implantes dentários

 

Um estudo inovador realizado pelos pesquisadores Haline Alves da Silva e Daniel Fernando Pereira Vasconcelos, do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), investigou como variações genéticas em citocinas — proteínas envolvidas na resposta inflamatória — podem aumentar o risco de doenças peri-implantares, como a peri-implantite. A pesquisa, que combinou revisão sistemática e métodos estatísticos Bayesianos, revelou que, atualmente, não há dados notórios que permitam afirmar que polimorfismos em genes como IL-1A e IL-1β podem estar associados a maior suscetibilidade às doenças peri-implantares.

 

Metodologia pioneira destaca limitações de estudos anteriores

A pesquisa avaliou 1.137 estudos publicados até 2025, selecionando 15 metanálises para reavaliação sistemática. Dessas, oito foram submetidas a cálculos Bayesianos, que são a Probabilidade de Falso Positivo (FPRP) e a Probabilidade Bayesiana de Falsa Descoberta (BFDP), abordagens que avaliam a robustez das associações genéticas. Os resultados não mostraram dados dignos de nota a partir dos cálculos Bayesianos.

 

A heterogeneidade entre os estudos — como diferenças nos critérios diagnósticos e na composição étnica das amostras — foi apontada como um fator crítico que compromete a confiabilidade de análises tradicionais. "Abordagens Bayesianas permitem incorporar incertezas e informações prévias, oferecendo uma avaliação mais realista das evidências", explica a autora Haline Alves da Silva, orientada pelo Prof. Dr. Daniel Fernando Pereira Vasconcelos e co-orientada pelo Prof. Dr. Felipe Rodolfo Pereira da Silva.

 

Fatores ambientais e genéticos: um equilíbrio necessário

As doenças peri-implantares, que afetam até 20% dos pacientes com implantes dentários, são influenciadas por uma complexa interação entre genética e ambiente. O estudo destacou que, apesar da ausência de dados dignos de nota (resultado influenciado pelo desenho metodológico dos estudos disponíveis na literatura científica), não se pode descartar a possível interferência genética e imunológica na fisiopatologia das doenças peri-implantares. Além dessa possível influência, fatores como higiene bucal inadequada, tabagismo e histórico de periodontite são determinantes para o desencadeamento das doenças.

 

A pesquisa também identificou que a falta de padronização nos critérios diagnósticos (como a definição de "peri-implantite" ou "falha de implante") e a sub-representação de populações diversas em estudos genéticos limitam a aplicação clínica dos resultados. "Precisamos de protocolos uniformes e amostras multicêntricas para validar esses marcadores genéticos", ressalta Haline Silva, mestra em Odontologia.

 

Implicações para a prática clínica e políticas públicas

Os achados reforçam a necessidade de estratégias integradas para prevenção e tratamento:

 

·         Triagem genética: Pacientes com histórico familiar de peri-implantite ou periodontite poderiam se beneficiar de testes genéticos para avaliação de risco.

·         Padronização de critérios: Definições claras de doenças peri-implantares e métodos diagnósticos são urgentes para melhorar a comparabilidade entre estudos.

·         Educação em saúde: Campanhas sobre higiene bucal, controle do tabagismo e acompanhamento pós-implante são essenciais para reduzir complicações.

 

Caminhos para pesquisas futuras

O estudo sugere a priorização de protocolos padronizados para investigação das doenças peri-implantares, com objetivo de traduzir os achados científicos em condutas clínicas confiáveis. "A personalização de tratamentos, considerando fatores genéticos e ambientais (o estilo de vida do paciente), é o futuro da odontologia", conclui a pesquisadora.

 

Sobre a pesquisa:

O estudo foi parte da dissertação de mestrado de Haline Alves da Silva, defendida no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFPI, sob orientação do Prof. Dr. Daniel Fernando Pereira Vasconcelos.

 

PROJETO DE PESQUISA AO QUAL O PROJETO ESTÁ VINCULADO

MEMBROS DA BANCA
Presidente:
Daniel Fernando Pereira Vasconcelos

Membro externo: Even Herlany Pereira Alves

Membro externo: Felipe Rodolfo Pereira da Silva
Suplente (interno):
Cacilda Castelo Branco Lima


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2296566 - CACILDA CASTELO BRANCO LIMA
Presidente - 1750086 - DANIEL FERNANDO PEREIRA VASCONCELOS
Externo à Instituição - 093.***.***-20 - FELIPE RODOLFO PEREIRA DA SILVA - UFPA
Externo à Instituição - 051.***.***-95 - ÉVEN HERLANY PEREIRA ALVES - UFPel
Notícia cadastrada em: 28/02/2025 15:37
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