ANÁLISE GEOSSISTÊMICA E GESTÃO AMBIENTAL NA CIDADE DE TERESINA – PIAUÍ
Análise Geográfica Integrada. Planejamento Urbano. Planejamento Ambiental. Teresina – Piauí.
O presente trabalho tem como tema a análise geográfica integrada da cidade de Teresina a partir da análise de instrumentos e indicadores naturais e humanos que podem contribuir para aprimorar a discussão da gestão e qualidade ambiental na cidade objeto de estudo. O objetivo geral é fazer a análise geográfica integrada do espaço urbano com a finalidade de contribuir para a gestão ambiental desta cidade na sua dimensão urbana. Os objetivos específicos são: fazer o levantamento de indicadores ambientais e humanos correlacionados que possam contribuir para elaboração de uma síntese de qualidade ambiental; elaborar uma síntese da qualidade ambiental da cidade com base nos indicadores levantados por unidades geográficas estudadas; e por fim classificar as sub-bacias hidrográficas de acordo com a susceptibilidade a riscos tendo como referências a compilação dos dados obtidos e informações geradas. Este trabalho se justifica pelo fato de que é preciso uma visão sistêmica relativa ao fato urbano que contemple as dimensões urbana e ambiental da mesma, no sentido de compatibilização de análises. Há lacunas metodológicas a serem preenchidas tendo em vista a problemática urbano-ambiental que demanda cada vez mais intervenções significativas em um espaço profundamente alterado, mas que conserva a dinâmica natural independente da ação antrópica. O embasamento teórico da pesquisa reside na abordagem sistêmica em geografia e nas contribuições metodológicas de Bertrand (1972), Tricart (1977), Sotchava (1978), Christofolletti (1979), Ross (1994, 1995) e Monteiro (1996, 2000, 2008), assim como direcionamentos metodológicos de Rivas (1996) que fez a análise geográfica integrada em escala regional. As etapas da pesquisa propriamente dita consistem em: 1) Caracterização da área de estudo considerando aspectos físicos e humanos; 2) Zoneamento ambiental a partir de sub-bacias hidrográficas, elaborado e que consta no Plano de Drenagem Urbana de Teresina (2010), que totalizaram 70 (setenta) unidades funcionais ou geográficas a serem analisadas, a luz do conceito de região natural elementar; 3) O estudo da dinâmica natural dos ambientes estudados considerando as características morfométricas típicas de bacias hidrográficas, mais especificamente fator forma de cada unidade e a amplitude altimétrica; 4) A identificação dos usos da terra e do grau de ocupação por unidade funcional que conduziu a análise de impactos ambientais decorrentes das diversas atividades e assim avaliar a pressão antrópica; 5) Elaboração de uma síntese de qualidade ambiental das unidades estudadas a partir dos indicadores levantados. Os resultados obtidos proporcionaram a identificação de áreas mais susceptíveis a riscos de acordo com os indicadores analisados. Dessa forma, 22 unidades geográficas estudadas estão em nível de susceptibilidade máxima, 36 em nível de susceptibilidade média, exigindo monitoramento permanente, e 10 unidades com nível de susceptibilidade mínima. Destaca-se que 15 das 70 unidades analisadas possuem dinâmica ambiental favorável ao escoamento considerando os indicadores levantados, no entanto apresentam acúmulo de água em função dos usos dados e ao grau de ocupação da terra, ou seja, por conta da ação antrópica. O que revela que a dinâmica natural associada a pressão antrópica proporciona um ambiente típico da interrelação em cada sistema.