A diversidade natural dos solos reflete na paisagem a sua própria evolução, sendo estes resultados das interações entre os fatores de formação: material de origem, relevo, clima, organismos e tempo. Tais fatores, adjuntos aos processos pedogenéticos na evolução dos solos, definirão suas propriedades físicas, químicas e mineralógicas, fundamentais para a caracterização dos solos e manejo. Nesse sentido, este estudo tem com o objetivo geral realizar um levantamento dos solos ao nível de reconhecimento de alta intensidade em uma escala de 1:100.000 na planície do Delta do Parnaíba, localizada na região do Norte Piauiense, microrregião do Litoral Piauiense, compreendendo os municípios de Ilha Grande e parte do município de Paranaíba, tendo como limite natural os rios Parnaíba e Igaraçu e o oceano Atlântico. Podendo ressaltar que a área de estudo concentra-se nos limites da Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba. Na elaboração da base cartográfica, utilizou-se para delimitação da área de estudo, um recorte concentrado na folha topográfica da SUDENE/DSG, Parnaíba (SA 24 Y-A-IV), elaborada pela DSG. No desenvolvimento do trabalho foram utilizadas imagens de satélite LANDSAT 8 OLI e imagens RAPIDEYE, através do catálogo de imagens do Ministério do Meio Ambiente, além de técnicas de sensoriamento remoto, através dos sistemas de informações geográficas (SIG). Para a identificação e caracterização dos perfis de solos, foram realizadas atividades de campo, a fim de descrever e coletar os solos mais representativos na área de estudo. Foram descritos e coletados quinze perfis de solo por meio de trincheiras e tradagens, com extensões profundamente suficientes para avaliação das características morfológicas, além de registros fotográficos e coleta de material, obedecendo aos critérios de uniformidade de cor, relevo e vegetação. Os critérios e procedimentos metodológicos seguiram a padronização adotada no Brasil. As análises físicas e químicas foram realizadas no Laboratório de Gênese e Classificação dos Solos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e a preparação das análises mineralógicas realizadas no laboratório de Solos e Sedimentos e enviadas para o Laboratório Interdisciplinar de materiais avançados ambos na Universidade Federal do Piauí. Através dos resultados analisados foi possível classificar os solos de acordo com os níveis categóricos do Sistema Brasileiro de Classificação dos solos. As principais ordens de solos encontradas na área de estudo foram os Neossolos, Planossolos, Gleissolos, Espodossolos, Cambissolos e os Vertissolos. Novas classificações foram sugeridas, devido a características significativas encontradas nos perfis de solos não se enquadrarem com as do SiBCS. As unidades de mapeamentos foram definidas e posteriormente caracterizadas de acordo com as unidades litoestratigráficas, onde os Neossolos Flúvicos, Vertissolos, Planossolos, Cambissolos e Gleissolos Háplicos inseriram-se nos depósitos fluvioaluvionares, estes caracterizados por sedimentos aluvionares. Os Gleissolos Tiomórficos e Háplicos presentes nos depósitos de pântanos e mangue, apresentando altos teores de sais solúveis, atribuindo-lhes caráter sálico e sódico. Nos depósitos litorâneos de praias recentes, depósitos eólicos litorâneos e depósitos arenosos foram encontrados Neossolos Quartzarênicos, assim como os Espodossolos.