Os debates relacionados ao Ensino de Geografia têm se intensificado ao longo dos anos, com o desencadeamento de reflexões sobre os processos que envolvem a estrutura da Geografia escolar, desde a formação docente até a inter-relação com discentes em sala de aula e, especialmente nesse trabalho, a dinâmica do ensino e aprendizagem de Geografia, com ênfase em avaliação. O melhor entendimento do processo avaliativo contribui de forma significativa para o avanço na qualidade da aprendizagem dos conhecimentos geográficos e aprimoramento das práticas docentes. Com o intuito de padronizar os mecanismos de avaliação da aprendizagem escolar, foram estabelecidos procedimentos de avaliação próprias definidos pelo Estado. Esta pesquisa tem por objetivo geral compreender a avaliação na perspectiva do ensino de geografia, fundamentada em parâmetros da Secretaria de Estado da Educação do Piauí, a partir das práticas de docentes em Escolas de Tempo Integral de Campo Maior/PI. Os objetivos específicos foram estudar a sistemática de avaliação publicada pela Secretaria de Estado da Educação do Piauí e sua articulação com a legislação educacional (LDB, PCNs, DCNs, etc.); identificar as concepções dos professores de Geografia quanto à implantação das propostas avaliativas sugeridas pela SEDUC/Piauí; conhecer as práticas docentes a respeito da avaliação em Geografia. A partir desses pressupostos, utilizou-se como metodologia a abordagem qualitativa em caráter exploratório com a realização de revisão de literatura de pesquisas bibliográficas sobre trabalhos que abordassem a temática como: Cavalcanti (1998, 2002, 2012), Castellar (2010), Callai (2014), Castrogiovanni (2014), Luckesi (2002), Hoffmann (2005), Libâneo (1994) e Rabelo (2010), entre outros que versam sobre ensino de Geografia e avaliação da aprendizagem em Geografia. Além disso, foi realizado levantamento de dados empíricos (documentos da Secretaria de Estado da educação do Piauí relacionados à sistemática de avaliação), realização de entrevistas com docentes, categorização e análise dos dados coletados. Os resultados da pesquisa indicam que os (as) docentes entrevistados (as) entendem a avaliação como um instrumento educacional que deve se desenvolver em uma perspectiva processual, de forma a contribuir para o ensino-aprendizagem. Nesse sentido, percebeu-se que os (as) professores (as) tem se proposto a dinamizar os instrumentos avaliativos em suas práticas, a partir de problemas que dificultam a avaliação no ensino de Geografia, ou seja, socioeconômico, familiar e estrutural. Já quanto a Sistemática Avaliativa SEDUC/PI e os dois critérios que a compõe; o estudo identificou que há maior incorporação das orientações no que tange aos aspectos qualitativos indicados pelo documento. Na abordagem quantitativa, demonstraram-se impasses referentes à sua aplicação pelos docentes, o que desencadeou reações de insatisfação por parte dos estudantes, tanto em relação ao aspecto de sua distribuição temporal (bimestralmente), quanto ao formato interdisciplinar. A Sistemática demonstrou fragilidade em auxiliar o processo avaliativo nas singularidades de cada componente curricular e, em específico, da Geografia. Conclui-se que os (as) docentes entendem a avaliação numa perspectiva progressista, mas suas práticas continuam permeadas por aspectos tradicionais, reforçados pela Sistemática Avaliativa SEDUC/PI, que valoriza, dentro de sua proposta, a aferição de resultados, seja por critérios qualitativos ou quantitativos.