A pesca artesanal continental possui um papel relevante para comunidades ribeirinhas urbanas e rurais nas várias regiões do Brasil, se destacando como atividade econômica, proporcionando alimento, gerando renda e sustentabilidade para essas comunidades. A evidente relevância da pesca artesanal justifica a busca por um maior conhecimento do perfil socioeconômico dos pescadores, como ocupam o espaço geográfico, baseado em seu cotidiano, reivindicam seu território, o que pescam, como pescam e como se identificam com o rio. Os rios inseridos na paisagem urbanas sofrem a influência direta da ação antrópica, principalmente pelo lançamento de resíduos sem o devido tratamento. O rio Poti está inserido na paisagem de Teresina, capital do estado do Piauí. Segundo estimativa realizada pelo IBGE (2020), o Piauí possui 3.281.480 habitantes e extensão territorial de 251.755,485 km², sua capital, Teresina, tem uma população estimada de 868.075 habitantes e 1.391,293 km² de território. O Instituto Trata Brasil (2021), com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS (2019), afirma que 66,0% da população de Teresina não possui coleta de esgoto e somente 25,7% de esgoto é tratado, em referência a água consumida, justificando a preocupação com a poluição por resíduos sem tratamento lançados no rio Poti. Diante disso, está sendo realizado um monitoramento mensal da qualidade de água do rio no trecho de 35 km, subdividido em sete pontos de coleta, com duração de um ano, julho de 2020 a julho de 2021, em que os parâmetros de temperatura, oxigênio dissolvido, pH, demanda bioquímica de oxigênio (DBO 5,20), turbidez, sólidos totais dissolvidos, coliformes tolerantes, nitrato e fosfato serão analisados e os resultados interpretados frente ao Índice de Qualidade da Água (IQA), nos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 e a Portaria de Consolidação nº 5/2017, considerando os aspectos de influência da precipitação. Parte-se do pressuposto hipotético de que a atividade pesqueira é afetada pela variação da qualidade da água do trecho do rio estudado e é possível realizar um mapeamento baseado no conhecimento local dos pescadores. Se utilizará da cartografia participativa através da metodologia do mapeamento participativo, por meio de mapas base e a participação da comunidade, através de oficinas de mapeamento participativo, baseado na plotagem de objetos e fenômenos para a construção de um mapa participativo da pesca do trecho do rio Poti estudado. O perfil socioeconômico dos pescadores será realizado através de questionários semiestruturados, sendo necessário a submissão da pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição.