O capital é o grande produtor de espaço: modifica, transforma e constrói novos territórios, novos lugares. A implantação dos parques de produção de energia eólica tem levado os municípios piauienses a novas configurações e relações sociais que antes não existia. Portanto, busca-se entender de que maneira o capital interferiu na construção desse novo espaço, adaptando-se e modificando a conjuntura local, fortemente influenciado pelas decisões nos centros globais. O objetivo da pesquisa é compreender como a instalação de parques eólicos no território piauiense modificou o espaço geográfico e impõe aos lugares uma nova dinâmica. De acordo com o objetivo geral, foram formulados os seguintes objetivos específicos: identificar os parques eólicos distribuídos pelo território piauiense; analisar as principais políticas públicas implementadas para o uso e produção da energia eólica no Brasil; verificar o impacto da implantação das usinas eólicas na geração do desenvolvimento, considerando como recorte espacial o município de Caldeirão Grande do Piauí. A pesquisa busca resposta às afirmações que qualificam a implantação dos parques eólicos como produtores do desenvolvimento local motivado por grandes investimentos na implantação e produção da energia,buscando entender se esses investimentos foram capazes de gerar o desenvolvimento socioeconômico nesse território. O método selecionado na pesquisa foi o Materialismo Histórico e Dialético, tendo em vista que este funciona como a lente pela qual é analisada a realidade que se propõe a estudar, ou seja, o método guia para a interpretação da realidade de um determinado território. Corrobora-se que a temática em epígrafe é de fundamental importância no âmbito da Ciência Geográfica, a qual emerge condições concretas de pensar o espaço enquanto materialidade e totalidade, destacando as contribuições na produção do conhecimento. Para comprovar se a relação instalação de eólica e desenvolvimento se concretiza, tomou-se como parâmetro três pontos: Arrecadação de tributos, empregos e índice de desenvolvimento. A arrecadação de impostos municipais aumentou somente nos meses de construção do parque, aproximadamente dezoito meses, e a cota estadual que pertence ao município sofre uma leve alteração positiva. Nos empregos, pode-se observar o crescimento somente no período de construção do parque e no ponto índice de desenvolvimento, o índice utilizado foi o de FIRJAN, notou-se que não houve variação relativa calculada no próprio município comparando no tempo, tampouco comparada aos municípios similares próximos. Portanto, opina-se, com base nesses pontos, que os parques eólicos não geraram desenvolvimento.