Lixo e trabalho: representaçõe sociais dos catadores de materiais recicláveis em Esperantina - PI
Lixo. Trabalho. Catadores. Representaçõe sociais.
Os catadores de materiais recicláveis constituem trabalhadores informais em amplo crescimento que sobrevivem da catação em aterros ou lixões, o que implica um modo peculiar de vida com repercussões na vida social, na saúde e meio ambiente. O lixo apresenta-se como modificador do espaço e da paisagem, portanto, cabe também à Geografia o estudo desses sujeitos transformadores do espaço e que carregam o peso da exclusão/inclusão da vida social e do trabalho. Esta pesquisa tem por objetivo analisar as representações sociais dos catadores de materiais recicláveis sobre lixo e o trabalho cotidiano no convívio social como catadores. Trata-se de um estudo qualitativo baseado na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici, com aplicação de questionário socioeconômico, observação direta e da Técnica de Associação Livre de Palavras – TALP, utilizando a técnica da análise de conteúdo de Laurence Bardin. Como parte da metodologia foram entrevistados, nesse primeiro momento, na amostra 14 sujeitos, catadores de materiais recicláveis, trabalhadores informais do Aterro Sanitário de Teresina/PI, que vivenciam situação semelhante aos sujeitos que farão parte da pesquisa final, em Esperantina/PI. As representações dos catadores revelam o vínculo do lixo à imagem do catador que vive uma situação de desamparo e de certo preconceito diante da sociedade, bem como, de exclusão social. Portanto, essas representações sociais mostram a dualidade exclusão/inclusão e a difícil realidade da necessidade de sobrevivência e de enfrentar os riscos que são impostos a essa atividade, sem perspectivas de visualização de um futuro melhor. Conclui-se, portanto, nesse primeiro momento, que os catadores refletem os impactos sociais, ambientais e laborais que sofrem por trabalhar com o lixo e, por isso, necessitam de ações profissionais e governamentais que sejam inclusivas.