O patrimônio cultural tornou-se um campo fecundo para as pesquisas de cunho geográfico. No entanto, elas se desenvolvem ainda timidamente, apesar da pluralidade de abordagens. Sob a ótica da geografia cultural e humanista, pautada em uma perspectiva social e política, esta pesquisa teve como objetivo geral investigar o Patrimônio Cultural e Paleontológico Floresta Fóssil do rio Poti, frente às políticas públicas de preservação do patrimônio cultural no Brasil. Entre os objetivos específicos, destacam-se: i) Discutir o contexto histórico e a implantação da política de preservação do patrimônio cultural no Brasil, enfatizando a tipologia: natural e paleontológica; ii) Caracterizar a formação paleogeográfica da Floresta Fóssil do rio Poti de Teresina-Pi e apresentar os motivos de sua elevação a patrimônio cultural tombado; iii) Analisar os resultados da atuação das políticas públicas de preservação desse patrimônio; iv) Planejar e executar ações de intervenção como estratégia complementar ao tombamento com a intenção de promover o Patrimônio Cultural e Paleontológico Floresta Fóssil do rio Poti de Teresina-PI. A valoração e transformação de um bem em patrimônio parte de um reconhecimento oficial de certos elementos da cultura dos grupos sociais e a sua preservação e conservação dependem de uma participação efetiva da sociedade. Nesse estudo, parte-se do pressuposto de que o uso indevido e a precária conservação da Floresta Fóssil de Teresina é resultado de políticas públicas deficitárias, que utilizam o tombamento como a principal medida de preservação, mas, sem se preocupar em dialogar com a sociedade. O enfoque metodológico da pesquisa seguiu os ciclos de Ação-Reflexão-Ação. Com vista a realizar uma revisão conceitual e a caracterização da área de estudo, utilizou os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento bibliográfico – que incluiu a leitura de artigos, dissertações, livros digitais e impressos que abordam a temática em questão -, pesquisa documental e pesquisa de campo - in loco, realizada entre os anos de 2018 e 2019, utilizando com técnica a observação direta. A pesquisa incluiu a realização de uma oficina pedagógica estruturada em 4 etapas: a) Aplicação de questionário; b) Roda de conversa; c) Campo na Floresta Fóssil; d) Construção de Painel Participativo. O público-alvo se constituiu dos alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola pública de Teresina. Uma vez que, o conhecer é o primeiro passo para proteger as referências culturais, a interpretação e análise dos resultados, possibilitou o desenvolvimento adequado de estratégias voltadas para a conservação do patrimônio, objeto deste estudo. Vale ressaltar, ainda, que as informações adquiridas mostraram que é necessário rever as formas como os bens patrimoniais são valorados e como o conhecimento patrimonial e ou a ausência dele pode ser um fator de impacto na preservação e conservação dos bens culturais, considerando que o significado atribuído pelos sujeitos é reflexo de diferentes realidades.