A AULA DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO: DO LEGADO DA TRADIÇÃO ÀS POSSIBILIDADES DE RENOVAÇÃO
Ensino de Geografia; Aula dialógica;Geografia Escolar
RESUMO
A problemática deste trabalho consiste em investigar o desenvolvimento da aula expositiva de Geografia por professores do Ensino Médio em escolas públicas de Teresina – PI. Especificamente, buscou-se atingir os seguintes objetivos: caracterizar os modelos de aulas expositivas de Geografia no contexto educacional; discutir o papel da aula expositiva dialogada no processo de construção dos conhecimentos de Geografia; caracterizar a aula expositiva de Geografia desenvolvida pelos professores do Ensino Médio; analisar como o professor usa a linguagem nas aulas expositivas de Geografia e o caráter de sua contribuição para o aprendizado do aluno; e por último debater uma proposta de sequência didática que promova a interatividade na aula de Geografia. O estudo toma como pano de fundo os desafios de melhoria de qualidade da educação brasileira na atualidade, assinalando a necessidade de aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem de geografia particularmente no Ensino Médio. É um estudo de natureza qualitativa, valendo-se de técnicas consagradas nesse tipo de pesquisa, como: (a) a observação, (b) a entrevista (c) o tratamento dos dados via software computacional (Nvivo 10), (d) e a análise de conteúdo (Bardin, 1977). Apresenta como principais referências metodológicas os trabalhos de Bogdan e Biklen (1994), Moroz (2006), Moreira; Caleffe (2008), Evangelista (2006), Triviños (2012) Vianna (2003) e Franco (2005). Do ponto de vista teórico-conceitual o estudo foi desenvolvido com base nos seguintes eixos convergentes ao objeto de pesquisa: em primeiro lugar considera as reflexões sobre a aula expositiva, tanto na perspectiva tradicional quanto na perspectiva dialógica, balizando-se em autores como Libâneo (1994), Zabala (1998), Pozo (2000), Araújo (2013) e Coll (2004). Em segunda lugar focaliza a aula na prática docente em geografia tendo como contribuição o pensamento de Callai (1999, 2013), Cavalcanti (2002, 2005, 2013), Kaercher (2003) e Vesentini (2001, 2007, 2008). E em terceiro lugar sublinha o papel da linguagem para o aperfeiçoamento da aula de Geografia, buscando apoio teórico em Alvarenga Monteiro (2012), Bakhtin (1988, 2003), Chiaro e Leitão (2005), Habermas (2001, 2012), Marsillac (2011) e Orlandi (1996, 1998, 2005, 2007) A partir deste quadro de referência e em função dos objetivos da pesquisa, o texto está estruturado em oito partes, compreendendo a introdução, caminhos metodológicos e quatro capítulos teóricos, um capítulo de análise e um capítulo propositivo. De maneira geral as análises do corpus empírico revelaram um efeito da tradição nas aulas de Geografia, com o predomínio de práticas arraigadas a modelos didáticos pouco diversificados, não obstante os esforços dos docentes para o melhoramento do processo de ensino-aprendizagem. Diante disso, com intento sugestivo, recomenda-se no âmbito do relatório alternativas teóricas e práticas de atualização metodológica com o propósito de ressignificar o modelo de aula investigado.
Palavras-chaves: Ensino de Geografia;Aula dialógica; Geografia Escolar.