Esta pesquisa discute sobre o espaço vivido da avenida São Sebastião, importante avenida construída na década de 1940, que possui representatividade social, econômica e cultural para a cidade de Parnaíba-PI, além de ser considerada, hoje, como principal eixo provocador da expansão urbana da cidade. Apesar deste espaço vivido ser utilizado cotidianamente por uma parte da população parnaibana para realização de suas práticas espaciais, entende-se que o processo de produção do espaço urbano, a introdução de novas práticas espaciais cotidianas derivadas de outras realidades urbanas e a realidade da materialidade do espaço distanciam uma parcela significativa de pessoas desta via. Diante disto, pergunta-se: quais são as práticas cotidianas predominantes no espaço vivido da Avenida São Sebastião? Dessa questão, decorrem as seguintes: as estruturas materiais do espaço vivido da Avenida São Sebastião favorecem as pessoas a desenvolverem suas práticas cotidianas? Como os conceitos e teorias da Geografia, Arquitetura e Urbanismo podem contribuir para o ordenamento do espaço urbano de forma a potencializar a participação cidadã no espaço vivido da Avenida São Sebastião? Para responder a estas questões, estabeleceu-se como objetivo geral: analisar o espaço vivido da Avenida São Sebastião, na cidade de Parnaíba – PI, a partir da observação de uma parte de suas práticas cotidianas. As observações das práticas cotidianas da avenida São Sebastião serão realizadas no recorte espacial compreendido entre a Praça do Amor e a Avenida Chagas Rodrigues, no período de 1940 aos dias de hoje. Para alcançar o objetivo geral, traçaram-se três objetivos específicos: discutir o conceito de espaço vivido na Avenida São Sebastião; compreender se a materialidade da Avenida São Sebastião proporciona a realização de práticas cotidianas; e encaminhar diretrizes alternativas de gestão e projetos que estimulem a partição cidadã no espaço vivido da Avenida São Sebastião. Embasadas nas produções de Lefebvre (2000); Harvey (2015); Santos (1985); Jacobs (2011); Gehl (2013); Carlos (2007); Christan e Souza (2021); Morais e Cavalcanti (2011); Moreira (2017); Figueiredo (2001); Melo (2012); e Silva Filho (2007), foi formulada a abordagem teórico-metodológica desta pesquisa. Desse modo, a pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa, onde se utilizou dos seguintes instrumentos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e observação participante de parte das práticas cotidianas realizadas na avenida São Sebastião, no recorte espacial e temporal definido, a partir de pontos de vistas e de uma ficha de observação previamente estabelecida. Conclui-se, até o momento, que as estruturas (físicos, ambientais e sociais) da cidade de Parnaíba se desenvolvem (ideia de processo), conferindo condições próprias para que os parnaibanos desenvolvam certas práticas cotidianas, refletindo assim na produção do espaço urbano desta cidade.