POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL A ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE INTERNAÇAO NO MUNICÍPIO DE TERESINA-PI
Polítcas Públicas
O ano de 2006 transcorria normalmente quando uma notícia abalou os pais de alunos do Centro de Educação Básica “Professor James Azevedo”, os adolescentes internados no Centro Educacional Masculino – CEM, seriam ali matriculados e passariam a freqüentar a referida instituição pública de ensino. A notícia veio como uma bomba na comunidade escolar do CEB Prof. James Azevedo, quando os pais e responsáveis souberam da matricula dos “meninos do CEM” no CEB[1], como é conhecido mais popularmente, vários se encaminharam para falar com a Direção. Caso a notícia fosse confirmada os responsáveis pelos alunos ameaçavam retirá-los imediatamente da escola, afinal, quem gostaria de ver seus filhos estudando com pessoas “sem valor”, “sem coração”, “sem perspectivas”? Estes são alguns dos adjetivos que a comunidade circunvizinha dava na época aos adolescentes que estavam internados no CEM.
A Direção da escola, após vários desmentidos, conseguiu esclarecer aos pais e responsáveis que “os meninos do CEM”, teriam uma condição “especial”, enquanto alunos matriculados no CEB Prof. James Azevedo, porquanto não freqüentariam o prédio da escola. Os mesmos constariam oficialmente nos documentos da escola, a qual responderia burocraticamente pelos alunos e cederia profissionais, como discentes, pessoal administrativo, porém, como alunos de um anexo da escola, que funcionaria no prédio do próprio CEM. Portanto, não estariam em contato direto com seus filhos, assim, foram demovidas todas as intenções de tirar os “bons alunos” da escola e as condições objetivas da vida fez com que todos se conformassem com a nova situação.
[1] Passarei a grafar somente CEM, para Centro Educacional Masculino e CEB, para Centro de Educação Básica “Professor James Azevedo”.