A pesquisa trata da história da educação picoense, no Vale do Guaribas, a partir da trajetória docente do mestre-escola piauiense Miguel Borges de Moura, entre os anos de 1938 a 1970, na região do Vale do Guaribas, a partir de fontes documentais e orais. Trata-se de pesquisa de natureza histórica que tem como objetivo geral historiar a trajetória docente de Miguel Borges de Moura e como objetivos específicos apresentar a realidade do ensino primário no Estado do Piauí e em Picos, especificamente; analisar a importância dos mestres-escolas na escolarização de crianças, jovens e adultos, no sertão piauiense; entender, através das “práticas” e das “representações” que envolveram o processo de escolarização no tempo/espaço em estudo, como a docência e a escola eram percebidas pelos picoenses; destacar o papel do mestre-escola Miguel Borges de Moura, no ensino das primeiras letras, na Vale do Guaribas; analisar as práticas docentes executadas no cotidiano das aulas de Miguel Borges de Moura; descrever os demais ofícios assumidos por Miguel Borges de Moura capazes de engendrarem uma prática educativa para a sociedade rural picoense. No primeiro capítulo, traça-se a abordagem teórico-metodológica, apresentação de conceitos e fontes. No segundo capítulo, apresenta-se a realidade da educação no Estado do Piauí e em Picos, a partir de fontes oficiais, dentre elas, os censos de 1940 e 1950 para, a partir deles, conhecer a situação do analfabetismo e a demanda por mestres-escolas. No terceiro capítulo, centra-se o olhar na história de vida do mestre-escola Miguel Borges de Moura, sua base familiar e enredos culturais. No quatro capítulo, discute-se as práticas educativas do mestre-escola biografado e como se deu o processo de escolarização de crianças e adolescentes, no sertão picoense, às margens do Vale do Guaribas. Adotou-se como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, documental e a história oral e elegeu-se como referencial teórico, os autores oriundos da Nova História Cultural, dentre eles, Certeau (2000), Bloch (2001), Le Goff (1998;2003), Levi (1992) e Burke (1992), as orientações metodológicas de Halbwachs (1990), Thompson (1992), Meihy e Holanda (2015) e Bosi (1994), dos educadores Ferro (1996), Formosinho (2009), Tardif (2003) e Nóvoa (1989), assim como os estudos de Bourdieu (2006), Arfuch (2012) e Lejeune (2008) sobre biografia e autobiografia.